Plantação de soja avança em Içara

Embora o milho, o feijão, o arroz e o fumo ainda respondam pela maior área plantada no município, uma nova cultura vem ganhando espaço em Içara. Trata-se da soja. Conforme informações da Cooperativa Auriverde, que fornece as sementes, já há na cidade cerca de 20 produtores do grão. Entre aqueles que nos últimos anos vêm se dedicando ao plantio está o agricultor José Pacheco, da comunidade de Morro Bonito.

Nas duas primeiras safras, José utilizou apenas uma pequena área da propriedade como forma de teste. Foram cultivados cerca de dois hectares para que pudesse obter as características da cultura sem correr risco de perdas. Satisfeito com a experiência, no início deste ano resolveu investir em 30 hectares. “Nós tínhamos uma prioridade com o feijão, mas acabei optando por migrar porque o feijão na hora da venda não tinha preço, ao contrário da soja”, jusitica.

“A soja é um produto que o preço para você comprar a semente é um pouco mais alto, porém é uma produção garantida. Por pior que seja a safra, dá para pagar os custos e ainda sobra um pouco de dinheiro”, explica o agricultor. “Muitos produtos, se têm alguma falha já não podem mais ser mandados, ao contrário da soja, que é levada (pelos compradores) mesmo assim. Isso sem contar o preço, que é bom”, reitera.

O período propício para iniciar o plantio é o terceiro trimestre, entretanto, a opção de José foi pela plantação somente no início do ano. “Como a nossa região é melhor para milho neste fim de ano, acabei preferindo colocar o milho agora e deixar a soja para depois, até porque isso acaba me facilitando na questão de não concorrer com outros produtores. Quando a produção deles está acabando, entro e consigo um preço melhor”, revela.

Conforme o agricultor, a soja deixa nitrogênio na terra. Por causa disso, há uma melhora na qualidade da área de plantação. “É muito perceptível, embora faça somente três anos que estou realizando o plantio. O milho e o fumo que estou plantando estão vindo muito melhor do que estávamos acostumados anteriormente”, diz. “Melhora a terra, melhora a produtividade do milho e com isso ainda gasto menos para produzir”, pontua.