Economia | 18/04/2013 | 00:27
Poupança renderá mais com alta da Selic
Especial de Wellton Máximo, da Agência Brasil
Compartilhar:
A elevação da taxa Selic (juros básicos da economia) para 7,5% ao ano vai beneficiar quem guarda dinheiro na poupança. Por causa da fórmula em vigor desde o ano passado, o rendimento da aplicação subiu de 4,9% para 5,25% ao ano. De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a mudança na taxa Selic deixa a poupança mais rentável que a maioria dos fundos de investimento.
Segundo a Anefac, a poupança rende menos que os fundos somente em três situações. A primeira ocorre quando a taxa de administração é menor que 1,5% ao ano se o dinheiro ficar aplicado pelo menos dois anos. No segundo caso, a taxa de administração é menor que 1% ao ano e a aplicação fica no mínimo um ano no fundo. Na comparação com os fundos com taxa de administração menor que 0,5% ao ano, a caderneta também rende menos, independentemente do prazo da aplicação. Em todas as demais situações, a vantagem da poupança é maior.
Pela regra em vigor, quando a taxa Selic está maior que 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a taxa referencial (TR), tipo de taxa variável. Quando os juros básicos da economia estão iguais ou inferiores a 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% da taxa Selic mais a TR. No entanto, a taxa referencial é igual a zero quando a Selic está igual ou menor que 8% ao ano, o que torna o rendimento totalmente atrelado aos juros básicos.
A fórmula só vale para o dinheiro depositado na poupança a partir de 4 de maio de 2012. Para os depósitos anteriores, o rendimento segue a regra antiga, de 0,5% ao mês mais a TR. Os demais direitos de quem aplica na caderneta foram mantidos, como a isenção de taxa de administração e de impostos. Apesar da remuneração maior, a poupança continua rendendo menos que a inflação esperada para 2013. No Relatório de Inflação, divulgado no fim de março, o próprio Banco Central projeta que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará 2013 em 5,7%.