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Economia | 03/01/2022 | 08:40

Previsões 2022: crescimento maior na economia da região

Para o economista Thiago Fabris, Região Carbonífera vai crescer mais que o 1,3% previsto para o restante do país

Andreia Limas - andreia.limas@canalicara.com

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Coordenador do curso de Ciências Econômicas e do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e de Inovação da Unesc, o professor e economista Thiago Fabris projeta um ano positivo para a economia da Região Carbonífera em 2022, com crescimento acima do previsto para o restante do país.

“Em termos de Brasil, o que se espera é um crescimento entre 1 e 1,3%. Na região, quando comparamos com o resto do país, devemos ter um crescimento mais expressivo. Sabemos que há também questões conjunturais, mas os indicadores, como a geração de empregos formais, vêm crescendo na nossa região, inclusive faltando mão de obra especializada. Isso leva a crer em um crescimento maior. A região vem se preparando para isso, com ações e investimentos”, considera.

Ele explica que, em um cenário base, nem otimista nem pessimista, o que se espera para o país é uma solução parcial de problemas conjunturais, como inflação, emprego, normalização das cadeias de valor globais.

“Houve recuperação na produção, mas não foi igualitária entre os setores. O setor do agronegócio cresceu mais entre 2020 e 2021 e essa tendência de crescimento deve se manter para 2022, muito por conta do preço das comodities internacionais e também pelo câmbio, que deve continuar elevado, ou seja, a moeda brasileira depreciada como um todo”, analisa.

Indústria e serviços

Segundo o economista, a indústria deve crescer, mas num nível menor do que o observado entre 2020 e 2021. “Um reflexo ainda da desindustrialização da economia brasileira, principalmente porque não houve as reformas microeconômicas estruturantes, como a reforma tributária, que aumentaria a competitividade das empresas”, aponta.

Nesse cenário, o aumento da taxa de juros deve frear os investimentos em bens de capital que as empresas normalmente fazem. “O setor de serviços tende a crescer um pouco, mas nada expressivo. Vale ressaltar que o setor de serviços representa 70% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro”, comenta Fabris.

Consumo

Conforme o economista, não se deve observar crescimento no consumo, mesmo com o aumento do salário mínimo e com o governo ajudando as famílias de baixa renda do país, pois a pressão inflacionária ainda afetará o poder de compra.

“Temos também o cenário político, ainda incerto, de como serão as disputas eleitorais. Isso acaba afetando essas condições macroeconômicas, tanto pelo lado das empresas quanto dos consumidores”, afirma.