Aires Mariga [Epagri]
Economia | 28/01/2021 | 10:01
Produção de mel tem queda acentuada em Içara
Condições do tempo não contribuíram para a produção das abelhas
Andreia Limas - andreia.limas@canalicara.com
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Os apicultores de Içara iniciam o ano apreensivos com as condições do clima, atualmente desfavoráveis à produção de mel, já impactada na última safra. “A produção de primavera caiu em torno de 90%. Foi péssima”, resume o presidente da Associação dos Apicultores de Içara (API), Agenor Castagna.
“Para produzir, a abelha precisa de calor e tempo bom e foram as duas coisas que não tivemos. Fez frio e tivemos muita chuva. Com isso, o apicultor, além de não ter a produção, ainda precisa investir para tratar as abelhas para elas não morrerem de fome”, explica.
Os apicultores da região têm duas safras durante o ano. A produção de primavera é feita a partir de novembro no costão e na serra catarinense, com a migração das colmeias para lá. Em fevereiro, são trazidas de volta e colocadas nos eucaliptos. Em março e abril ocorre a outra produção. “Em março e abril do ano passado, a produção foi razoável”, informa Castagna.
Exportações em alta
Por outro lado, mesmo com a produção em baixa, Içara mais que dobrou o volume exportado, na comparação com 2019. No ano anterior, foram US$ 4,9 milhões em vendas ao mercado externo, representando 14% das exportações içarenses no período. Em 2020, os números subiram para US$ 10,2 milhões e 27%, respectivamente.
“Para exportar, as empresas foram buscar mel no Rio Grande do Sul, no Centro-Oeste, Nordeste. Não é porque quebrou a safra em Içara que ficamos sem mel”, ressalta. A alta procura pelo produto em parte deve-se pela pandemia de coronavírus, já que o mel e derivados são usados também como medicamentos. “Houve um aumento significativo na demanda por mel e principalmente pelo própolis, que é um antibiótico natural”, ressalta.
Isso impulsionou também a alta de preços. “Em nível de produtor, o mel passou de R$ 4, R$ 5 o quilo para R$ 15. Esse aumento foi motivado pela procura por mel no mercado mundial. O dólar em alta também favoreceu as exportações e elevou os preços”, pontua.