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Economia | 01/09/2012 | 11:17

Produção por hidroponia se consolida

Especial do Jornal da Manhã

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Após dedicação ao planejamento e duas tentativas, o quarto produtor de hidropônicos no Brasil inicia a expansão do empreendimento. Atualmente, o agrônomo Márcio Silva produz aproximadamente 15 mil pés, entre sete especificações de alface e hortaliças, e deve triplicar o rendimento com a nova estufa, que começará a ganhar forma a partir da próxima segunda-feira, no Balneário Rincão. “A estufa terá capacidade para 35 mil pés. A expectativa é começar a plantar em novembro”, pontua.

Além de acrescer quatro novos tipos de alface, o espaço será inovado com os cultivos de tomate, pimentão, morango, entre outras novidades, supridas com sistema de aproveitamento de água da chuva.“Dá para produzir praticamente tudo com hidroponia”, salienta. Segundo Silva, a nova estufa deverá atender diretamente o consumidor. “Hoje vendemos praticamente só para restaurantes, mas queremos atender as pessoas, através de pedidos”, ressalta.

O local já recebe compradores, com número maior durante a alta temporada. “No verão chegamos a vender 1,5 mil pés de alface em um dia. As visitas são constantes, as pessoas tiram fotos, perguntam como funciona”, conta. Entre as clientes fiéis está Lizete Santos, que garante a qualidade do produto. “Moro há cinco anos no Rincão e sempre compro aqui, trago minhas visitas para conhecerem”, complementa.

No entanto, o princípio da empreitada não obteve respaldo positivo. “Comecei nos anos 90, mas não deu certo por pouco conhecimento e pouco mercado”, avalia. Contudo, nos últimos seis anos, quando retomou o cultivo, o resultado tem sido diferente. “As pessoas entenderam o que é o produto e estão pagando o que pedimos”, considera.

Ele explica que o sistema consiste no bombeamento da água, adicionada de adubo. “A bomba leva a água, que depois volta para caixa”. Conforme ele, os nutrientes do produto hidropônico superam o cultivo em terra, já que a composição leva 14 minerais, enquanto que no procedimento habitual são três.

Diferentemente do agricultor tradicional, o produtor de hidropônicos não precisa se preocupar com as condições climáticas, fator que não altera a rotina de trabalho. “Começamos a trabalhar às 5 horas e terminamos às 18 horas, não temos fim de semana e feriado, sempre respeitando o tempo da planta. Mas temos a vantagem de poder trabalhar em pé”. Segundo o agrônomo, a luminosidade exerce a principal interferência dos hidropônicos, assim no verão o desenvolvimento é antecipado em aproximadamente 15 dias. Outro benefício é a maior disponibilidade de plantas por área.

Como desvantagem ao empreendedor, ele elenca o alto custo de instalação e produção, já que existe a dependência da energia elétrica. “Por algumas vezes precisei usar o gerador, do contrário teria perdido tudo. Como consequência, o produto se torna mais caro”, comenta.

Para o consumidor, ele garante a qualidade. “As minhas verduras não têm agrotóxicos, mas não são todos produtores que trabalham assim. Tem maior durabilidade também. Se manter a raiz e deixar em uma sacola pode durar até 20 dias”, complementa. Silva menciona ainda, que alguns adeptos relatam sentir diferenciação no paladar. “Dizem que é mais suave, tem maior digestibilidade”. Para os próximos anos, ele considera que o segmento tende a evoluir. “Hoje o setor está um pouco saturado, mas ainda é pouco conhecido. Muitas pessoas, produtores e consumidores, duvidam”, avalia.