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Economia | 04/04/2013 | 09:47

Professor, como ser feliz?

Especial de Djonatha Geremias, do Jornal da Manhã

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Quando o professor Donato João Girardi começou a carreira na rede pública, estava muito empolgado por fazer o que sentiu que nasceu para fazer: ensinar História. No entanto, com o passar dos anos, alguns fatores o desestimularam, tais como a falta de estrutura nas escolas, salário baixo e lidar com alunos rebeldes. “Já tive alunos que me xingavam abertamente. Hoje em dia, eles têm mais direitos do que deveres, e o professor não pode nem erguer muito a voz com eles. A cada ano, se torna mais difícil dar aula. Já pensei várias vezes em largar a profissão”, lamenta o educador.

O caso do professor Donato é mais um dentre milhares de professores pelo país que, aos poucos, vão perdendo o entusiasmo pelo magistério. Enquanto sindicatos tentam lutar para que o poder público ofereça remuneração justa, infraestrutura nas escolas, cursos de capacitações, entre outras reivindicações de origem externa, há os desestímulos internos a que o próprio educador se submete com o tempo, muitas vezes sem perceber. A falta de um espírito de liderança, a timidez em interagir dinamicamente com a turma, o medo de ser questionado pelos alunos e não saber a resposta, a insegurança em parecer chato, entre outros males internos, também faz com que o profissional se torne menos satisfeito consigo mesmo.

Essas inabilidades somadas aos problemas externos estão desestimulando os profissionais da Educação não somente na carreira, mas tirando a perspectiva de viver feliz com o trabalho. “Mal posso esperar para eu me aposentar. Faltam só dez anos já”, deseja o professor Donato, que começou empolgado a jornada quando mais jovem.

O especialista em gestão de pessoas Marcos Silva é presidente de uma empresa de atuação nacional que objetiva ajudar pessoas a atingirem seus objetivos de vida e melhorar resultados, uma área conhecida como “coaching”. Especializado em profissionais da área da Educação, ele explica que as competências não desenvolvidas internamente são tão entristecedoras para o profissional quanto os problemas externos, mas nem todos assumem esse fato.

“Diretores, professores, secretários, pedagogos, enfim, todos os agentes de Educação estão vulneráveis a se desestimularem por causa dos fatores externos. Isso faz com que estejam mais vulneráveis a não cuidarem dos internos, que são as capacidades pessoais do profissional de melhorar, de se incentivar, encorajar, de planejar ações práticas que tragam resultados em curto prazo, de inovar, de reaprender e de superar medos”, destaca o coach (profissional de coaching).

O mais difícil para os agentes de Educação é a prática da liderança, desde os diretores até os professores em sala de aula. Assim como nas empresas, os cargos de hierarquia costumam ser mal compreendidos por pessoas despreparadas, em que a pessoa que deveria liderar acaba exercendo poder autoritário, como um chefão, ou sendo inseguro na tomada de decisões e frouxo no gerenciamento de pessoas, recursos, etc. “Liderança é uma técnica com pontos objetivos. Por isso, ela pode ser aprendida, cujo treinamento acontece com as situações corriqueiras do cotidiano. Se esse profissional for bem orientado, ele poderá aprender a se colocar em situações que poderá desenvolver suas habilidades, principalmente as que são fracas em seu caráter”, esclarece Silva.

As perguntas certas podem identificar o diagnóstico. Muitos professores sabem a matéria, mas não sabem ensinar. E não sabem que não sabem ensinar, mas os alunos percebem, e isso gera desconforto para o aluno, para o professor, para a escola e para a sociedade. Dentre várias ferramentas que o Coaching Educacional tem à disposição para diagnosticar o perfil comportamental dos diretores, professores e demais agentes de Educação, uma que se destaca é muito simples e pode ser feita por qualquer profissional: “assessment”, o teste de autoavaliação.

Diante de perguntas simples, o profissional pode ter uma primeira abertura de pensamento para o descobrimento de si. “Por meio de perguntas pontuais, o profissional que se permite perceber as inabilidades vai identificar que tipos de pensamentos e sensações lhe ocorrem quando se encontra na tal adversidade, ou seja, focamos na área cognitiva. A partir daí, com novas perguntas bem direcionadas, ele poderá encontrar práticas que exercitarão esse lado fraco”, pontua.

CURSO - Marcos vai promover uma palestra gratuita na noite desta quinta-feira, dia 4, na Unesc, no miniauditório do Bloco P (sala 19), às 19h30. O tema é o Coaching Educacional, voltado para professores, coordenadores de cursos e gestores em geral para refletirem as práticas de liderança em classe ou nos setores em que atuam. A Unesc também vai iniciar um curso de três meses (de abril a julho) para formação em Coaching Educacional. As matrículas já estão abertas e podem ser feitas pelos telefones (48) 3431-2570 ou 3431-2626.