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Economia | 11/01/2018 | 11:00

Qual é a tua obra?

Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com

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Uma estratégica empresarial de futuro precisa de fortes conexões entre ética e negócios. Mas porque ainda há tantas empresas que se propõem a fazer qualquer acordo? Conforme o filósofo e escritor Mário Sérgio Cortella, o Brasil foi constituído através da exploração do outro. Entretanto, este é um modelo insustentável. "Ninguém fica num local apenas por conta do salário, mas sua permanência é também condicionada pela capacidade de enxergar a finalidade positiva do que faz, do reconhecimento que obtém, do bem-estar que sente quando seu trabalho é valorizado e se percebe ali a possibilidade de futuro conjunto", sintetiza.

"O líder espiritualizado - mais do que aquele que fica fazendo meditações e orações - é aquele capaz de olhar o outro, de inspirar, de elevar a obra, em vez simplesmente rebaixar as pessoas", sublinha. A definição faz parte de uma compilação de artigos que formam o livro Qual é a Tua Obra? As inquietações propositivas tratam de gestão, liderança e ética no cotidiano. "Quanto mais fácil os princípios, mais fácil fica lidar com os dilemas", lembra o autor sobre o conjunto de princípios e valores que ele elenca para responder três grandes perguntas da vida humana: Quero? Devo? Posso?.

"Ética é o que marca a fronteira da nossa convivência. Seja com as outras pessoas, seja com o mercado, seja com os indivíduos. Ética é aquela perspectiva para olharmos os nossos princípios e os nossos valores para existirmos juntos", aponta. Portanto, é preciso pensar coletivamente, pois ninguém é dono do planeta, nem de uma diretoria, setor ou nicho de mercado. "Somos usuários compartilhantes", coloca. A não há clareza quanto a isso, ocorre a arrogância. E ela torna-se um perigo, pois altera a capacidade de aprender com o outro e de formar sintonia. "A ambição faz a humanidade crescer, a ganância faz a humanidade regredir", diferencia.

Mediante a tantas provocações, a necessidade não é partir o tempo todo, mas estar preparado. É preciso vontade para montar a bagagem e também disposição de levá-la. Talvez viagens até já tenham sido adiadas para evitar ter de fazer as malas. "Coragem para enfrentar o desequilíbrio momentâneo é garantia de estabilidade mais adiante", lembra o filósofo. Cada nova parada acarreta em oportunidades. E as experiências tornam-se mais valiosas do que a própria idade à medida da intensidade vivenciada. "Gente que não tem dúvida não é capaz de inovar, de reinventar, não é capaz de fazer de outro modo", sintetiza.