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Economia | 19/02/2021 | 12:00

Quaresma e alta da carne vermelha impulsionam vendas de pescados

Motivações para o consumo de pescados aumentam em 2021

Andreia Limas - andreia.limas@canalicara.com

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Seguindo uma tradição católica – de trocar a carne vermelha pelo consumo de peixes – a Quaresma costuma ser a época do ano em que há maior procura por pescados, sobretudo nas quartas e sextas-feiras, além da Semana Santa, quando o volume de venda pode até triplicar em comparação com outros meses. Mas este ano, outro fator deve impulsionar a venda de peixes e frutos do mar: a elevação do preço da carne bovina, que por consequência encareceu também a carne suína e o frango.

“Hoje, sai mais barato comer camarão do que carne. Houve uma supersafra no Rio Grande do Sul, o preço baixou e estamos vendendo o camarão com casca a R$ 19,90 o quilo. O peixe em posta também fica nessa faixa de preço. A tainha (inteira) varia entre R$ 12 e R$ 15 o quilo”, compara o proprietário de uma peixaria em Içara, Wagner Ortolan.

De acordo com ele, o aumento no consumo se verificou já durante a pandemia. “Muitas pessoas deixaram de ir a restaurantes e passaram a comprar para fazer em casa. Os produtos mais procurados são os empanados, os camarões e os peixes limpos, em filé e postas. A tainha e o papa-terra frescos também vendem bastante, assim como o salmão”, cita o comerciante.

Segundo Wagner, mesmo com a procura em alta, o preço dos produtos não se alterou junto aos fornecedores e, portanto, se mantêm ao consumidor final. “Como temos produção própria, de quase 95% dos produtos que vendemos, também temos acesso direto à matéria-prima e conseguimos um preço melhor”, declara.

Elevação do dólar

O aumento no preço da carne bovina está diretamente ligado à alta do dólar, que encareceu os insumos. Mas, principalmente, a valorização da moda americana favorece as exportações, já aquecidas pelo crescimento da demanda por alimentos no mercado mundial. Com a menor oferta no mercado interno, os preços sobem no Brasil.

Como alternativas, aparecem o frango e a carne suína, cujos preços também subiram devido às exportações, ao aumento dos insumos e da procura no mercado interno. Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as carnes tiveram alta de 3,58% em dezembro, chegando a 17,97% no acumulado do ano.