Economia | 15/08/2012 | 09:38
Quase metade fecha no primeiro ano
Especial de Priscila Ugioni, do Jornal da Manhã
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De acordo com dados do IBGE, de 10 novas empresas no Brasil, quatro fecham no primeiro e segundo ano. Em Criciúma, a estatística não é muito diferente. Segundo o coordenador regional do Sebrae, Murilo Emanuel Gelosa, na região, o número de empresas que fecham logo nos primeiros anos ainda ultrapassa o percentual brasileiro. “Não temos um número exato porque muitos empresários fecham as empresas e não dão baixa na junta comercial. Eles simplesmente abandonam o negócio e deixam por isso”, enfatiza.
Em grande parte dos casos, os negócios não dão certo devido à falta de conhecimento por parte do microempreendedor. “As pessoas abrem uma empresa não por oportunidade, e sim por necessidade, como alguém que foi demitido e pega o dinheiro da saída para abrir um negócio e sobreviver. Ele não tem a mínima noção de como administrar e acaba ficando vulnerável no mercado, por isso fecha. Alguns colocam a culpa no imposto, mas isso não é desculpa. Um outro exemplo, um mecânico que tem um grande conhecimento técnico, mas não sabe administrar e gerenciar uma empresa, ele não vai obter sucesso e provavelmente a mecânica vai falir”, exemplifica o coordenador.
Ao longo dos anos, segundo Murilo, o número de empresas que quebram vem diminuindo. Há cinco anos, o índice de negócios que fechavam no primeiro ano chegava a 60%. Atualmente, o número continua bastante grande, porém, teve uma melhora significativa. “Hoje em dia as pessoas procuram se informar mais sobre o negócio que vão abrir. A internet também ajuda muito. O número de procuras aqui no Sebrae tem aumentado bastante. Isso significa que as pessoas estão preocupadas e realmente querem que dê certo”, conta.
Para quem quer abrir um negócio, a dica é que se faça um plano de negócios e monte a empresa no papel, buscando informações sobre números, qual público vai atingir, o que os clientes vão esperar e se o negócio vai sobreviver no mercado. “Não existe uma fórmula mágica, basta ter conhecimento. A pessoa tem que entender de finanças e de gestão de negócios. Isso vai ajudar a diminuir os riscos, porque todo novo empreendimento corre riscos. A pessoa tem que estar ciente dos problemas. Quem abre uma empresa e tem que fechar por causa de prejuízos acaba ficando com baixa estima, depressão, dívidas, uma série de problemas. Então ela tem que se preocupar em conhecer seu negócio”, alerta.
Um sonho de menina. É assim que a proprietária da loja de confecções Moda Brasil, Sara Maria, se refere ao seu empreendimento. Sara, que abriu sua própria loja há quatro meses na região, conta que trabalhou desde os 12 anos de idade na área da confecção e já soma, hoje, 19 anos de trabalho e de dedicação. “Me considero uma pessoa empreendedora, acho que isso nasceu comigo. Sempre trabalhei com liderança e gerência de empresas. Meu objetivo sempre foi trabalhar corretamente, e para isso encontrei dificuldades em achar um local bom, com preço justo e, principalmente, um lugar legalizado. Hoje, graças a Deus, estou contente e satisfeita com o meu negócio”, conta.
A empreendedora passou por dificuldades, principalmente no início, quando teve que mudar a loja de endereço devido ao prejuízo registrado. “O local que o estabelecimento estava instalado anteriormente não era apropriado para uma loja de moda feminina. O movimento era baixo, porém, coloquei lá para fazer um teste e ver se realmente valeria a pena. Como o investimento é alto, eu precisava me sentir mais segura. Depois que viemos para este novo endereço, no shopping, tudo mudou. Conseguimos atingir um número maior de clientes e, assim, atendemos melhor, pois o acesso à loja se tornou mais facilitado”, relata.
Para quem pensa em abrir um negócio próprio, Sara dá algumas dicas. “Primeiro lugar: tudo tem sua hora. Tem que esperar o momento certo, acreditar no sonho, fazer tudo com os dois pés no chão, saber administrar as entradas e saídas e ter consciência de que não é fácil. É um trabalho árduo, mas é possível. E não desistir jamais. Sonhar e realizar o sonho é possível, só depende de nós mesmos”, completa.
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