Safra da uva em Santa Cruz pode render até 12 toneladas

Os produtores Samuel Matiola e Tamires Souza preparam-se para a colheita de uva Niágara rosada na comunidade de Santa Cruz, em Içara, com a previsão de colher entre dez e 12 toneladas. “Tivemos pouca chuva este ano, então, a produção não aumentou muito e acredito que vamos produzir o mesmo do ano passado”, projeta o agricultor.

Ele conta que plantou mais 2,6 mil mudas, mas esses pés só devem começar a produzir a partir do próximo ano. A produtividade aumenta conforme o tempo de vida da parreira e são necessários cinco anos até que as plantas cheguem à fase adulta e estabilizem a produção, que pode chegar a dez quilos por pé.

A safra atual é fruto da plantação iniciada em 2016 pelo casal, composta por 1.740 pés cultivados em uma área de aproximadamente 0,7 hectare. A colheita deve iniciar na semana do Natal e se estender até a primeira quinzena de janeiro, com a venda garantida a uma rede de supermercados e diretamente aos consumidores.

Os interessados em visitar a propriedade e colher as frutas no parreiral podem acompanhar pelo Instagram (@videirasmatiolla) a data de abertura da colheita. “Vamos ter algumas ressalvas este ano, como não consumir as uvas embaixo da parreira. Orientaremos as pessoas a cortar os cachos e colocar na caixa”, antecipa Samuel.

A medida visa evitar desperdícios e a atração de insetos, sobretudo abelhas e marimbondos, que acabam danificando os frutos e gerando prejuízos. “Toda a orientação será feita aos visitantes, que terão outro local para fazer a degustação”, ressalta.

O preço para a comercialização das uvas ainda está sendo definido. No ano passado, ficou em torno de R$ 6, mas deve ocorrer um reajuste este ano, devido ao aumento nos custos de produção. “O valor de alguns insumos triplicou. Houve aumentos desde o adubo até o papelão (usado nas caixas) e isso acaba refletindo no preço final”, coloca Samuel.

Vale das Uvas

A produção em Santa Cruz motivou a criação de uma lei em Içara, instituindo o Vale das Uvas na comunidade. A ideia da iniciativa é estabelecer uma nova rota turística e cultural. “A intenção é promover o desenvolvimento cultural e turístico na região, que compreende hoje um lindo parreiral. Buscamos junto à comunidade fomentar o crescimento sustentável do turismo em torno dos mais variados atrativos turísticos a partir da fruta”, comenta o vereador Jairinho, autor da proposição.

A matéria foi aprovada pela Câmara no mês passado e a lei foi sancionada pela prefeita Dalvania Cardoso (PP) logo em seguida, com a proposta também de incentivar a produção de outras variedades de uvas, gerando emprego e renda especialmente às famílias integradas às pequenas propriedades rurais.