Economia | 04/04/2014 | 09:36
Safrinha de feijão soma 10% de perdas
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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A safrinha de feijão em Içara já tem 250 hectares sem condição de recuperação. Isto significa 10% das lavouras. Outros 70% estão sob ataque de lagartas. A observação será intensificada por uma semana. Se houver mais perdas, a cidade poderá requisitar então o decreto de emergência fitossanitária. A decisão foi tomada após ser apresentado o levantamento em reunião na manhã desta sexta-feira, dia 4.
“Nas propriedades que visitamos, já recomendamos que a aplicação do veneno ocorresse a noite. Mas choveu nesta madrugada e os inseticidas não terão efeito", coloca o secretário municipal de Agricultura, Silvio João Viana. "Notamos que os mais prejudicados são os produtores que fizeram o plantio cedo. A preocupação é que a emergência prejudique a comercialização da safrinha", coloca o gerente regional de Agricultura e Pesca, Jair D´Estéfani.
“Até agora foi identificada a falsa medideira. É uma lagarta comum nas plantações, desta vez, em superpopulação. Ela come as folhas e reduz a área de fotossíntese da planta", estabelece o engenheiro agrônomo da Epagri, Luiz Fernando Búrigo Coan. "A rapidez na reprodução das lagartas pode ter sido provocado pelo calor excessivo. Cada produtor deve procurar orientação técnica para que a ação de combate seja eficaz", completa.
“Fazemos a coleta de amostras para diversos tipos de alimentos. Este controle já existe e o feijão também passará pelo mesmo processo. O importante é que sejam utilizados inseticidas autorizados. Cada um tem um período de carência que deve ser respeitado. Este prazo é necessário para que o resíduo de agrotóxico não chegue na mesa do consumidor”, sublinha o engenheiro agrônomo da Cidasc, Daniel Remor Moritz.
SEGURO - Para a indenização dos agricultores segurados, o ressarcimento dependerá da elaboração de um laudo individual. O primeiro passo é buscar o Banco do Brasil para comunicar os danos e perdas. A própria instituição financeira comunicará a Epagri para a vistoria. "Acreditamos que cerca de 40% dos produtores estejam assegurados na cidade. Isto não significa que todos receberão o ressarcimento. Depende da comprovação dos prejuízos da lavoura financiada. O seguro é apenas de custeio. Não cobre a produtividade", esclarece Luiz Fernando.