Economia | 24/04/2023 | 11:37
Setor plástico: negociação depende de nova proposta patronal
Trabalhadores reivindicam ganho real sobre os salários
Andreia Limas - andreia.limas@canalicara.com
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Após duas rodadas de negociação, não houve avanços para a renovação da convenção coletiva dos trabalhadores nas indústrias plásticas de Criciúma e região. O principal obstáculo para o acordo está relacionado ao reajuste salarial: enquanto a categoria pleiteia ganho real no mesmo percentual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), as empresas oferecem aumento de 4,36%, equivalente à reposição da inflação do período.
“Os patrões, na prática, querem dar reajuste de pouco mais de R$ 80, valor menor que um botijão de gás”, entende o presidente do sindicato que representa a categoria, Carlos de Cordes, o Dé. Segundo ele, 65% dos trabalhadores recebem o piso salarial, fixado em R$ 1.863,40 na convenção coletiva expirada em 31 de março – para trabalhadores em empresas de reciclagem, sacos de lixo e mangueiras, o piso atual é de R$ 1.770,24.
“Se (a proposta) não evoluir, vamos convocar a categoria e definir um rumo diferente”, reforça o vice-presidente da entidade sindical, Edson Rebelo, o Japonês. A expectativa dos dirigentes é de que os representantes das empresas se reúnam e apresentem uma contraproposta ainda esta semana. A categoria é composta por mais de 8 mil trabalhadores das indústrias plásticas descartáveis, flexíveis e de materiais reciclados do Sul de Santa Catarina.
Pleitos
A reposição da inflação do período e ganho real para os salários e para a participação nos lucros ou resultados (PLR) estão entre os principais itens reivindicados pelos trabalhadores. Assim como a valorização do piso salarial; trabalho seguro e a volta das homologações das rescisões no sindicato que representa a categoria. Além da renovação de cláusulas da última convenção coletiva.
Os pontos foram elencados e votados em assembleias promovidas ao longo do mês de março nas trocas de turno nas fábricas e na sede do sindicato, em Criciúma. A pauta foi entregue às empresas no dia 22 de março. Em 2022, a categoria conquistou reajuste salarial de 12%, para uma inflação acumulada de 11,73%. Já o abono/PLR anual passou para R$ 1.061,47 para os segmentos de descartáveis e flexíveis e R$ 1.015 para os trabalhadores das indústrias de plásticos reciclados.