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Economia | 28/05/2014 | 01:36

Soluções portáteis e colaborativas

Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com

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Curioso e questionador, Tiago de Faveri Giusti saiu da organização que trabalhava em 2009 para provar que algumas coisas poderiam ser feitas de forma diferente. Notou que na região havia demanda por um software de gestão escolar. Como tinha conhecimento da plataforma de software livre do Governo Federal buscou se especializar em sociedade com o colega em Ciência da Computação Ricardo Bortolotto Dagostim. Assim surgiu a Portabilis Tecnologia. Logo no ano seguinte o projeto começou a funcionar nas primeiras prefeituras. Além do i-Educar, a empresa investiu em software próprio para a gestão em assistência social. Hoje são 45 clientes e mais de 2,5 mil usuários ativos.

“Acredito que o incentivo das aulas de administração na faculdade ajudou. Tive oportunidade de ter uma empresa antes. Mas com outras pessoas não deu certo. Em 2009 recebi então este convite”, relembra Ricardo. “Para mim, existem dois pontos principais que levo em consideração ao definir um sócio. Primeiro, é preciso ter confiança total e confiança total dispensa explicações. Segundo, o sócio deve ser um complemento e acréscimo ao seu perfil, pois do contrário, você não precisa de um”, coloca Tiago.

A escolha pela sede em Içara ocorreu por uma questão de conveniência. Ambos já residiam na cidade e notaram custos mais acessíveis do que outros municípios. Quanto a definição do nome, a decisão levou em consideração a etimologia Latim, que significa tudo aquilo que é capaz de ser transportado e disponível em qualquer lugar. Essa essência aparece na computação de nuvem utilizada nas ferramentas desenvolvidas pela Portabilis. “Entendemos que para competir da forma como a sociedade está evoluindo é necessário oferecer a portabilidade de software e serviços que possam ser utilizados em casa, no escritório ou em qualquer lugar”, aponta Tiago.



“Não imaginávamos que em pouco mais de dois anos nos tornaríamos conhecidos a nível nacional e até internacional, razões que se deram justamente por estar inserido no ecossistema do Portal do Software Público Brasileiro criado pelo Ministério do Planejamento, do Governo Federal. O Portal do Software Público Brasileiro é um ambiente onde pessoas e instituições podem compartilhar em comunidade, colaborar e consumir softwares voltados a administração pública. Este modelo funciona como já é hoje com software livres de grande renome no mundo, entre eles, o Linux e Libre Office”, indica o jovem.

Segundo os sócios, operar com softwares livre exige esforços de níveis muito mais elevados, principalmente, para a fidelização já que os clientes podem continuar como o mesmo produto e simplesmente trocarem de prestador de serviço. O modelo estimula a oferta de serviços cada vez melhores pelas empresas e dá liberdade ao invés de aprisionamento a uma tecnologia proprietária. Para estar sempre à frente, parte da carga horária semanal é destinada à pesquisa de soluções. As equipes de produção, por vez, possuem compromissos com projetos e não horas. Já os clientes participam na votação das melhores ideias de inovação.

“Participamos de eventos da nossa área frequentemente e procuramos testar novas práticas e organizações com as equipes visando a melhoria de nosso processo e consequentemente maior produtividade”, fala Tiago. A convicção de que as escolhas certas haviam sido realizadas ocorreu com a conquista do Prêmio Ação Coletiva em 2011 e 2013 no Encontro Nacional de Tecnologia da Informação para Municípios Brasileiros, em Brasília (DF). “Reaproveitar foi a palavra chave. Atualmente, somos coordenadores da Comunidade do i­Educar no Portal do Software Público, moderando os fóruns, ajudando interessados no software e liberando avanços para o projeto”, sublinha.



“Queremos crescer e nos consolidar como especialistas nas áreas fins que estamos atuando, sem prejuízos aos padrões de qualidade e satisfação que temos atualmente. O interessante do setor que atuamos é que podemos definir nosso limite de atuação. No Brasil temos 5.570 municípios nos 26 estados mais o Distrito Federal”, ressalta. “Li em um livro uma vez que uma empresa é como uma criança recém-nascida, que exige atenção e cuidados a todo instante e não está nem aí para seus horários ou disposição. Uma empresa exige também que você conheça um pouco de tudo e esteja preparado para lidar com situações inusitadas, então, você não pode ser um perfil muito técnico nem muito vendedor. Precisa conciliar os dois e ser dinâmico”, considera.

“Para mim, a maior dificuldade foi e têm sido abrir mão de uma vida comum para um ritmo de horários que frustra amigos e familiares até o bebê chorão crescer e poder andar com suas próprias pernas”, projeta Tiago. Aos novos empreendedores, a dica dele é sair da inércia como também fizeram. “Se você tem uma ideia de negocio, comece alguma coisa, teste e coloque a prova sua ideia com os recursos que você tem. Quando começamos, por meses não tivemos salário e usamos dinheiro emprestado para muitas ações que precisamos realizar”, coloca. “Primeiro é preciso coragem. Muitos não conseguem largar o emprego. No início tivemos muita dificuldade. Iniciamos sem capital. Também é preciso persistência”, pontua Ricardo.

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