Taise Domiciano: Exercite o olhar de iniciante!

Lembra quando você começou a trabalhar? Um ambiente novo, pessoas desconhecidas, tarefas que você ainda não sabe fazer... Nesse momento você ainda não conhece bem as regras e não sabe quais sãos os limites.

Por não saber quase nada, você observa atentamente as coisas que acontecem, questiona inúmeras vezes como fazer, porque fazer, para assim entender os processos. Você tem o direito de fazer essas perguntas, afinal, está iniciando e precisa aprender.

Entretanto, tendemos a nos acostumar logo e se adaptar ao ambiente. Se o ambiente não tem tanta abertura, você tende a se calar, até por vergonha de continuar fazendo perguntas. Você tem medo do que as pessoas vão pensar. E se pensarem que eu não aprendi rápido o suficiente por que permaneço fazendo questionamentos? E se pensarem que eu sou a pessoa diferente aqui? E se for melhor eu me espelhar no restante dos colaboradores? A maioria tende a se acostumar e entra com facilidade no piloto automático.

O piloto automático é fácil, eu não gasto muita energia e simplesmente sigo o fluxo que já sei fazer. Nesse momento, você perde a oportunidade de exercitar sua criatividade, você perde a oportunidade de aprender algo novo.

Por isso, precisamos tirar o máximo de proveito da inexperiência. Precisamos estimular nosso olhar de iniciante, mesmo quando estamos trabalhando a bastante tempo naquele lugar ou função. O iniciante não sabe como as coisas são feitas e por isso usa sua imaginação para pensar em alternativas para fazer aquilo. Faz perguntas para tomar consciência do processo e com isso faz as pessoas pensarem. Nada é errado para eles, afinal, eles nem sabem o que é certo ainda.

Segundo Eduardo Chillida “o que eu já sei fazer, eu já fiz. Portanto, devo sempre fazer o que não sei fazer.” Evite se tornar um perito que sabe tudo sobre aquilo, mude a lente, e imagine que você ainda não conhece aquele processo, faça perguntas que podem parecer óbvias, e veja o que as pessoas respondem. Por que fazemos assim?

Se você tem uma organização e quer estimular a criatividade e inovação, eu tenho uma dica para você: convite um colaborador a atuar um dia em um setor diferente. Esse colaborador não conhece as funções e por isso trará esse olhar de iniciante, questionador e ideativo para o time.

Se você é colaborador de uma organização, pode propor essa troca também, assim você renova seu repertório e com certeza poderá contribuir com outros times. Mudar funções cria um ambiente que encoraja a criatividade e aproxima da inovação.