Economia | 11/10/2022 | 09:36
Taise Domiciano: no duelo entre máquinas e humanos, quem ganha?
Mais da metade dos cargos que existem no Brasil podem desaparecer em quase duas décadas
Taise Domiciano
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Estamos inseridos em um cenário de intensa automação. A tecnologia faz parte da nossa vida. Cada dia que passa novidades vem surgindo, com o objetivo de sermos mais eficientes, de ganharmos mais tempo e de facilitar nossa vida.
Em contrapartida, muitos empregos estão deixando de existir por conta desse mundo volátil e não linear em que estamos inseridos. Por causa disso, muitos estudos vêm sendo realizados para estimar o impacto dos robôs no mercado profissional humano.
Segundo uma reportagem publicada no site da Uol “Mais da metade das ocupações que existem hoje no Brasil podem desaparecer em cerca de duas décadas. Esta é a conclusão de pesquisadores brasileiros que usaram como base um modelo da Universidade de Oxford (Reino Unido)”.
Mais das metades do empregos que estávamos tão acostumados a ver nos sites de vagas, provavelmente irão desaparecer. Isso porque muitas atividades são repetitivas e seguem uma lógica que pode ser programada e automatizada.
Eu lhe convido a abrir o Google e digitar “Will robots take my job?”. Lá você poderá fazer pesquisas sobre profissões e verá o percentual de risco de automação. Ou seja, quantos por cento que essa determinada profissão pode ser feita por um robô em um futuro próximo.
Eu fiz algumas buscas e me deparei com alguns resultados interessantes:Todos os resultados acima são provindos da pesquisa realizada no site “Will robots take my job?”. O percentual trazido é referente ao risco de automação, ou seja, esse trabalho ser executado por uma máquina.
Operadores de máquinas de embalagem – 93%
Responsável por compras – 97%
Especialistas em armazenagem de dados – 49%
Geógrafos – 20%
Detetives particulares – 33%
Designers gráficos – 4%
Vendedor por telefone – 99%
Balconistas – 98%
Dirigentes de serviço de educação – 0,7%
Agricultores, pecuaristas e outros gerentes agrícolas – 11%
Dentista – 0,4%
Cientistas de pesquisa de computadores e informações – 4%
Gerentes de hospedagem – 1.3%
Você agora pode estar extremamente irritado com esse cenário e se perguntando se a tecnologia é benéfica ou não, já que seu emprego pode estar em risco. Isso é o pensamento do pessimista e eu vou te explicar o porquê.
De um lado temos empregos antes feitos por humanos, sendo feitos por máquinas. De outro temos muitas novas oportunidades sendo criadas, empregos não existentes passam a fazer parte do cenário em que estamos inseridos. Coisas que nossos pais nunca imaginaram, e agora são realidades.
Precisamos estar preparados para o novo, atentos aos movimentos e principalmente desenvolver as competências necessárias para o profissional do futuro. Eu costumo provocar as pessoas falando que, se você executa uma atividade, que ao sair de férias consegue escrever o passo a passo do que você faz em um papel e deixá-lo com outra pessoa que vai simplesmente executá-lo. Fique atento! Há um grande risco de o que você faz, ser feito por um robô.
Eu diria que você deveria estar comemorando agora. Sabe por quê? As máquinas vão devolver a nossa humanidade. Por tanto tempo nós fizemos o nosso trabalho como robôs, trabalhando repetidamente para buscar melhores resultados. Agora, a máquina vai ocupar o lugar que é dela, e nós seres humanos vamos fazer o que é esperado de nós.
Por isso a criatividade é tão fundamental. Mais do que nunca, vamos realizar trabalhos que necessitam de criatividade, pensamento crítico, inteligência emocional, liderança, inovação, empatia, coisas que nós seres humanos devemos fazer.
Por trás das máquinas, precisamos de pessoas pensando nos problemas que possuímos e como podemos usar a tecnologia para nos ajudar a resolvê-los, isso é criatividade. Usar nossa imaginação para pensar em como resolver, em quais alternativas temos, em como fazer melhor, e por fim colocá-las em prática.
Estamos em transição. Humanos precisam voltar a ser humanos e deixar a repetição para quem melhor faz isso – as máquinas.