Economia | 01/02/2022 | 10:08
Taise Domiciano: Sinais do futuro no varejo alimentício
Lá fora, no exterior, existem tendências que mostram que há algo mudando a economia!
Taise Domiciano
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Com a pandemia, o número de pessoas utilizando serviço de delivery nos supermercados cresceu. Lógico é muito mais fácil fazer as compras de casa, não é mesmo? Como consequência o número de supermercados correndo atrás, para oferecer seus produtos pela Internet aumentou também.
Quando vejo esse tipo de situação, percebo que muitas empresas não estão prestando atenção aos sinais do futuro. Estão apenas correndo atrás da roda. Aí você pode me dizer “Ah Taise, mas você acha que as empresas não deveriam fazer isso?” Pelo contrário, eu acho que as empresas já deveriam estar a muito tempo oferecendo essa opção aos seus clientes.
E aí eu te pergunto, será que só existe essa possibilidade? Será que as empresas não estão apenas enxergando o futuro como uma linha reta, sem pensar nas demais possibilidades? Será que lá fora, no exterior, não existem tendências que mostrem que há algo mudando a roda?
As perguntas causam revolução, só que tem muitas organizações esquecendo de fazê-las. Estão apenas olhando para o lado, e observando o que seus concorrentes estão fazendo. Esse é apenas um passo. Mas quando falamos de organizações, não é um passo que define seu destino, são vários caminhos, tropeços, escolhas, subidas e descidas.
Quando eu olho para possíveis futuros, eu enxergo um cone de possibilidades. Essas possibilidades quando estressadas podem se transformar em visões. E olhando para esse nicho eu me deparo com objetos que me mostram como o futuro de médio e longo prazo pode ser construído.
Venda e sustentabilidade
Já pensou em um serviço de entregas de produtos em sua casa, com embalagens reutilizáveis, que você usa e as devolve para repor seus produtos? Isso já é possível. E o nome da empresa que está fazendo isso é a LOOP.
A Loop, em parceria com grandes empresas do setor de alimentos, higiene e limpeza, oferece às pessoas consumidoras a oportunidade de receber em casa produtos em embalagens especiais que são retornáveis e reutilizáveis. Após o consumo do produto, a embalagem deve ser retornada para a empresa, que fará a higienização e retomará o ciclo.
Já é possível adquirir produtos em um modelo que preza pela agilidade e sustentabilidade. Esse modelo tem um potencial de transformar o modo como as pessoas adquirem uma série de produtos. Ele abandona a lógica de uso único e embarca em um formato muito mais sustentável.
Mercado ambulante
Outro exemplo de um sinal do amanhã é o Robomart , um veículo de varejo autônomo. O serviço funciona da seguinte forma, o cliente solicita a visita do veículo através do aplicativo, que o fará chegar a sua casa em 10 minutos ou menos. Ao chegar, você pode escolher o que deseja e efetuar o pagamento. Por incrível que pareça essa startup já está perturbando a indústria, pois quem experimenta esse processo de compra, em que a experiência é mais rápida e perfeita, não quer mais se deparar com o serviço de entrega comum.
Você pode estar pensando, “Ah mais isso vai demorar muito tempo para acontecer.” Sim pode demorar mesmo, pois boa parte das inovações tem o momento ideal. Assim como aconteceu com o Uber, que foi criado no ano de 2009, mas só chegou ao Brasil em 2014, estrategicamente no ano da Copa do Mundo.
Os taxistas ficaram indignados com a situação, foi aquele “quebra quebra” que muitos de nós lembramos. Será que se os taxistas tivessem dado uma olhada no futuro do transporte, eles não teriam se preparado melhor? Ou teriam adotado o novo modelo de trabalho mais rápido, se desfazendo dos seus pontos de taxi, antes de o Uber chegar e atropelar esse modelo de negócio?
A questão que fica é estar atento aos movimentos, aos possíveis e prováveis futuros e manter seu negócio funcionando ao mesmo tempo que se cria ramificações adjacentes para sustentar o negócio