Taise Domiciano: Todos querem ser inovadores, mas poucos sabem o que isso significa

A mudança faz parte da nossa evolução. E à medida que o tempo vai passando, a sensação que eu fico é que estão apertando o pé no acelerador e cada vez mais vamos ganhando velocidade. A diferença é que ao mesmo tempo que ganhamos velocidade, o caminho fica mais desafiador, mais obstáculos, novos formatos, tendo que se reinventar constantemente.

Mudar é preciso, isso é fato. Porém, há quem acredite que deve deixar tudo como está. Essas pessoas têm a doce ilusão de que tudo que está acontecendo, não passa de uma modinha e que isso “não vai vingar”.

Esse é um dos maiores erros que as lideranças podem cometer: achar que tudo é passageiro. Na verdade é mesmo, a diferença é que eles acreditam que não precisam mudar porque é passageiro. Entretanto, é tão passageiro, que se você não mudar, vai ficar cada vez mais longe da realidade das empresas que prosperam.

O mais engraçado é que quando falo de inovação com as pessoas, costumo me deparar com alguns cenários. O primeiro é as pessoas enxergarem inovação como um bicho de sete cabeças. Pensam que empresas inovadoras são somente o Uber, Netflix, Google, Apple, Facebook e Tesla. São empresas mais ricas, que viraram o negócio de cabeça para baixo e investem um valor exorbitante. E aí aparece aquela frase “inovação não é para mim”.

O segundo são empresas que acham que basta falar “Nós somos uma empresa inovadora”. Elas inserem o tema em seus discursos, no seu planejamento, e creem que isso vai se tornar realidade, como em um passe de mágica. Só discurso não basta, é preciso execução, erros e acertos. É preciso antes de tudo implementar uma cultura de experimentação.

Basta colocar no Google conceitos de inovação que você vai se deparar com uma infinidade de teóricos que se debruçaram em cima desse assunto. Peter Drucker defende que a inovação é “o meio pelo qual o empreendedor cria novos recursos geradores de riqueza ou dá a recursos existentes maior potencial para gerar riqueza”.

Para Larry Keeley, inovação “exige identificar os problemas que importam e passar sistematicamente por eles para oferecer soluções elegantes”. Segundo Henry Mason, em seu livro Trend-Driven Innovation, inovação se refere a: “(…) novos produtos, serviços, experiências e campanhas que estão resolvendo pontos de tensão e criando novos níveis de expectativa para os clientes”. E Greg Satell propõe que inovação é “uma nova solução para um problema importante”.

A inovação deve sempre trazer um valor claro para o cliente. Segundo a McKinsey, 80% dos executivos pensam que seus modelos de negócio atuais têm o risco de sofrerem disrupção em breve por causa da inovação.

Para mim inovação envolve imaginação, criatividade, coragem, resolução de problemas, aprendizados, experimentações e ação. É você conseguir detectar um problema, desafio ou uma oportunidade de melhorar algo, tornando-o mais simples, mais conveniente e gerando valor para alguém.

A questão é que não existe a receita certa, com as exatas medidas que vão fazer sua empresa inovar. Inovação envolve muitas variáveis. Mas o que eu te digo é que ficar parado não é um dos ingredientes.

Inovação se tornou essencial, assim como uma empresa precisa de marketing, administrativo, gestão de pessoas, ela precisa fazer a inovação acontecer, e não em um departamento, mas em todos eles.