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Economia | 26/09/2012 | 08:44

Tendência ascendente na agricultura

Especial de Daniela Soares, do Jornal da Manhã

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O conceito teria surgido oficialmente nos anos 20, tendo origem em países europeus, como Alemanha e Inglaterra. Com as grandes guerras, a naturalidade foi tomada por uma “onda nociva”, disseminada pelos recursos bélicos e gases. Os então inventos marcariam o rumo histórico cultural, incluindo a condução de cultivos alimentares. “Existia medo de uma possível falta de alimentos”, pontua o engenheiro agrônomo da Epagri de Criciúma, Roberto Francisco Longhi.

O passado justifica o presente, mas principalmente a motivação por mudanças. Assim, o Brasil tem buscado nas últimas décadas o aprimoramento da produção orgânica. Parte do saldo é evidenciado pela Epagri, por meio do levantamento Agricultura Orgânica na Agricultura Familiar de Santa Catarina, pesquisa realizada no primeiro semestre de 2010 e divulgada neste mês.

Conforme o estudo, 603 catarinenses investem no cultivo em 138 municípios, dos quais 126 estariam concentrados em Criciúma, Araranguá e Tubarão. José Barzan é um deles, estando entre os precursores da atividade na região. Com propriedade na Quarta Linha, em Criciúma, ele dedica 30 mil metros quadrados a produção de orgânicos, entre banana, aipim e hortaliças.

A empreitada iniciou há oitos, quando ele, trabalhador do comércio, e a esposa, então professora, decidiram investir na agricultura. “Optamos pela qualidade de vida e por voltar a nossa origem rural. Também sou formado em biologia, o que contribuiu”, lembra. Assim, o casal buscou aprimoramento e empreendeu diversas modificações para atender às exigências da produção. “Em volta da casa plantamos repelentes naturais de insetos e roedores, como citronela, hortelã, alecrim e na lavoura, plantamos cravo de defunto”, conta. “Trabalhamos com compostagem à base de esterco de galinha, sem utilização de inseticidas no aviário”, acrescenta.

Barzan se enquadra parcialmente no perfil do trabalhador que investe no segmento, de acordo com a pesquisa. Seriam homens com idade média de 48 anos, com primeiro grau incompleto e residentes em área rural, motivados pela preocupação com o bem estar, fatores econômicos e ecológicos, entre outros agentes. “Posso dizer que sobrevivemos disso. É uma satisfação, gostamos do que fazemos”, ressalta o agricultor.

Conforme o engenheiro agrônomo da Epagri, o sistema orgânico compreende benefícios tanto ao produtor, quanto ao consumidor. “É uma produção mais limpa para o agricultor, que o protege de doenças, não contamina o solo ou água por agrotóxicos, além de apresentar custo mais baixo. Para o consumidor, o produto se torna mais saudável”, explana Longhi.

A burocracia, no entanto, seria um entrave a oficialização dos produtores. “Muitos já trabalham com quantidade mínima de agrotóxicos, mas não buscam a certificação, em razão da burocracia. É preciso uma transição para a produção se tornar orgânica, existem diversas exigências a serem atendidas”, diz, acrescentando a responsabilidade da medida a instituições certificadoras, que seguem legislação implantada em 2011. No estudo, 42% das propriedades abordadas pelo estado apresentaram certificação. “Em Criciúma são apenas duas”, revela Longhi.


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