Economia | 25/06/2014 | 00:04 - atualizada às 10h47 de 27/07/2017
Todo o sabor do puro malte na cerveja
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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A produção de cerveja começou como uma forma de entretenimento em 2011. A partir desta brincadeira Alex Ferreira Michels e Antônio Cleber Gonçalves Júnior se aprofundaram nos estudos sobre o processo artesanal. Ainda de forma experimental, já são quase 400 litros engarrafados ao mês. A meta é duplicar o volume neste ano, além de participar de um concurso. Já o desafio para 2015 será instalar oficialmente a microcervejaria.
A escolha por Içara ocorreu por serem da cidade e também amarem o município. “Por enquanto estamos em fase de planejamento estratégico na elaboração do plano de negócios e do projeto piloto para testes. Por se tratar de dois amigos que gostam muito de cerveja, um sócio completa o outro na parte dos negócios. Enquanto um cuida da gestão industrial, o outro faz a parte comercial e administrativa”, explica Alex. Até agora já foram testadas seis fórmulas para o produto.
“A diferença das cervejas artesanais e industriais está na qualidade das matérias na elaboração e na concentração. As cervejas comerciais disponíveis adicionam cereais não maltados como milho, sorgo e arroz. Esta adição reduz o custo, mas suprime alguns sabores”, compara Antônio.
O processo desde a moagem dos maltes até o envasamento leva tempo. E por se tratar de um produto sem a pasteurização, ou seja, ainda vivo, o consumo tem prazo menor. “Uma cerveja passa por aproximadamente 20 processos. Numa cerveja de básica fermentação o processo leva em média 27 dias. Para cervejas de alta fermentação, é necessário um tempo maior de maturação. Pode levar meses para revelar sabores e aromas”, complementa.
“Buscamos não ser a maior empresa do segmento, mas sim a melhor. A intenção é ser reconhecida como uma das melhores cervejas de Santa Catarina, Brasil e até do Mundo. Queremos produzir a felicidades das pessoas através de um produto de qualidade baseado no perfil do consumidor. Acreditamos que, por tratar o cliente de uma forma totalmente diferente em um serviço único, não teremos concorrência”, indica Alex.
“Acredito que a maior dificuldade para empreender ainda é a carga tributaria brasileira, além das inconsistências jurídicas. As leis são criadas por quem não conhece de fato o impacto que ela causa no sistema. Também faltam incentivos para que mais jovens iniciem seus negócios, além de capacitação na área de planejamento focando acima de tudo na qualidade”, considera Alex. “As poucas políticas e a falta de sinalização atrapalham o setor. O excesso tributário e burocrático também dificulta as atividades iniciais”, pontua o sócio.