Economia | 18/03/2021 | 08:19
Um ano de pandemia: setor de serviços ainda enfrenta restrições
Enquanto algumas atividades foram retomadas parcialmente, outras continuam suspensas ou parcialmente restritas
Andreia Limas - andreia.limas@canalicara.com
Compartilhar:
Se a economia de um modo geral conseguiu se recuperar bem dos efeitos da crise de saúde, para o setor de serviços a reação tem sido mais lenta devido às restrições que ainda enfrenta um ano após o início da pandemia de coronavírus. Enquanto algumas atividades foram retomadas parcialmente, outras continuam suspensas, por exemplo, os eventos e toda sua cadeia produtiva.
“Falar dos eventos hoje é muito difícil! Um setor amplo, com mais de 40 categorias e que vem sendo massacrado devido à pandemia. Momento que muitos se reinventaram e outros infelizmente tiveram que fechar suas portas”, resume a empresária Daiane Savi. “Não somos os culpados, somos uma parcela que precisa fazer a economia girar. Buscamos a todo instante mais recursos para esse setor, porque muitas famílias dependem desse sustento”, acrescenta.
“Um setor que gera indiretamente milhares de empregos por evento se tornou esquecido perante as autoridades. No decorrer da pandemia, conseguimos pelo menos trabalhar para eventos sociais, com protocolo e segurança. Difícil é o controle quando as pessoas acabam realizando o clandestino, por isso hoje firmamos o dever de realizar um evento consciente. Todos precisam trabalhar, dentro das realidades, dentro dos protocolos”, defende a empresária.
Gastronomia
Com sérias limitações desde o ano passado, o setor gastronômico também foi diretamente impactado. “Esse lockdown seletivo não resolve e nem ameniza o problema da transmissão. Pelo contrário, o que vemos aos finais de semana são supermercados lotados e festas particulares acontecendo sem nenhuma fiscalização. Somos favoráveis à fiscalização, mas exigimos igualdade em todos os setores. Sem exceções”, afirma o presidente da Via Gastronômica de Içara, Rafael Kruger.
“O setor da gastronomia segue todos os protocolos estabelecidos para a prevenção do vírus, o que entendemos como necessário, mas por outro lado, vimos nenhuma fiscalização de demais setores. O decreto 1200, que proíbe a comercialização de bebidas após as 21 horas, somente maquia o lockdown e afeta somente o nosso setor”, acrescenta.
Sem apoio do poder público
Nesta semana, completa um ano desde o primeiro decreto da quarentena, e devido ainda ao avanço da covid-19, Rafael descreve esse período como de muita incerteza. “Perante as decisões do poder público, quedas de faturamento, aumento de dívidas, baixa na receita e um ano de fiscalização intensa somente em nosso setor. Nenhuma preocupação do Governo do Estado com o setor gastronômico”, aponta.
“Exclusivamente para nosso setor, nenhuma linha de crédito foi disponibilizada. Nossos impostos e obrigações continuam sendo cobrados. O Governo Federal criou o Pronampe, que acabou antes de chegar para as micro e pequenas empresas. Pelo que vimos, somente as grandes empresas tiveram acesso”, declara.