Economia | 19/04/2013 | 03:39
Vestuário impulsiona geração de empregos
Especial de Daniela Soares, do Jornal da Manhã
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Decorrentes crises na fumicultura levaram Marilésia Biz Mantovani a aliar habilidade e oportunidade, em prol de estabilidade financeira. Moradora de Turvo, ela construiu um pequeno espaço para iniciar sua empreitada na confecção. Os investimentos engrenaram há aproximadamente dois anos, quando a costureira começou a produzir para uma indústria de Araranguá. “Quando era mais nova trabalhei em uma facção, então tinha um pouco de conhecimento”, diz, acrescentando que tem como meta semanal produzir 38 peças.
Profissionais como Marilésia tem cada vez mais impulsionado a geração de empregos na região. Somente neste primeiro trimestre de 2013, foram criadas 578 novas vagas na indústria têxtil e vestuário local, segundo dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). Os números se destacam entre os demais setores da Indústria da Transformação, como o setor mecânico que registrou 152 oportunidades de trabalho. No entanto, eles não evidenciam um desenvolvimento real. “Nos últimos anos, quando o setor teve um aquecimento mais expressivo, criaram-se diversas pequenas empresas informais. O que acontece é que agora essas pessoas estão voltando para as indústrias”, avalia o presidente do Sindicato das Indústrias de Vestuário de Criciúma e Região (Sindivest), Roberto Benedet.
O retorno à formalidade estaria motivado pelas interferências da instabilidade econômica internacional, alastradas desde o último ano. “Na minha empresa contratei, há pouco tempo, um grupo de costureiras que trabalhavam em casa e sei que isso está acontecendo em outras empresas. Esta mão-de-obra é especializada”, pontua.
A tendência, segundo Benedet, é que essas contratações reflitam em incremento ao setor, a partir do segundo semestre deste ano. “O início deste ano já foi melhor do que no ano passado. As expectativas são de crescimento constante, considerando também que o clima deve estar favorável. Estamos tendo alguns dias de frio, o que indica que o inverno será prolongado”, analisa.
Entre os segmentos, a Indústria da Transformação foi o principal gerador de emprego, contabilizando 1.171 vagas na região. Na sequência, está o setor de serviços, com 777 novos postos, de janeiro a março deste ano.
Pelo Estado, o cenário geral é de retração. O saldo deste primeiro trimestre apresenta queda de 18,01% na geração de emprego, em comparação aos dados do mesmo período de 2012. Foram criadas 7.983 novas vagas, contra 9.751. A indústria da transformação foi a principal responsável pelo incremento, com 7.246 vagas, seguida de serviços, 2.469, e, comércio, com 1.589 postos. Em Criciúma, contudo, o saldo foi de acréscimo. Em 2013 surgiram 865 novas vagas, contra 789 em 2012.
O contexto de moderação nas contratações representa a continuidade da desaceleração da econômica nacional, conforme avaliação da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio-SC), que acredita que o cenário deve perdurar nos próximos meses, já que se houver crescimento não será suficiente para equiparar os saldos de contratações anteriores.
PANORAMA GERA- = No Brasil, foram criados 112.450 novos empregos formais em março no Brasil. O resultado é praticamente o mesmo de março de 2012, onde haviam sido geradas 111.746 novas vagas.