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Lucas Lemos [Canal Içara]

Economia | 27/12/2019 | 13:16

Vídeo Clube fecha um ciclo de três décadas em Içara

Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com

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Dos filmes em VHS aos DVDs e blu-rays, um ciclo foi encerrado pela Vídeo Clube nesta sexta-feira, dia 27. Passado o Natal e o feriado de emancipação da cidade, a vídeo-locadora vai ficar agora na nostalgia dos içarenses. Foram ao todo três décadas de atividade. Os apaixonados por filmes ainda vão se lembrar da casa na Rua Anita Garibaldi ou então do acervo na praça da matriz até o último endereço, de volta a Rua Anita Garibaldi, também no Centro da cidade.

“Com a popularização da pirataria e do streaming pela Internet, o interesse das pessoas diminuiu e as produtoras não reagiram a tempo. Eu queria ser o último a apagar a luz. Em Içara, consegui”, despede-se o proprietário, Renato Duarte Canarin. Além da disponibilidade on-line, o tempo de lançamento também prejudicou, pois a disponibilização de quatro a seis meses após a exibição nos cinemas não mudou. “Muitas pessoas nem se preocupam com a qualidade. Isso fez com que o blu-ray também não se popularizasse”, avalia.

Para Renato, a queda do setor começou em 2017 com planos de Internet e aplicativos cada vez mais acessíveis. Nos 30 anos da vídeo-locadora, o valor de compra de cada filme chegou a R$ 120. Atualmente, estava em R$ 39, mas sem rentabilidade. “Decidi fechar a partir do momento em que teve fim de semana sem nenhuma locação. Quem procurava filmes era pelo saudosismo. Eram pessoas principalmente acima dos 30 anos que ainda gostavam de ver o encarte e acompanhar os lançamentos”, relembra.

De locador para produtor de vídeo

A história da Vídeo Clube se encerra, mas a ligação de Renato com os vídeos permanece. Ainda adolescente, ele trabalhou na produtora do pai, em Criciúma, também fundador da vídeo-locadora, em Içara. Há 15 anos, o interesse em produzir vídeo ressurgiu. “Estudei sobre o mercado, pois percebi que havia mudado. Filmar um casamento não é mais compilar imagens captadas pelas câmeras, mas sim contar histórias”, indica. “Esta atividade se tornou a minha principal fonte de renda. É um negócio que não preciso mais de um endereço. Vou atender na casa dos clientes, sem o custo de aluguel”, pontua.