Prefeitura de Içara
Esportes | 02/08/2018 | 16:41
Após perda de visão, içarense redescobre motivação pelo esporte
Redação | com a colaboração de Tânia Giusti, da Prefeitura de Içara
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Mais do que benefícios físicos, praticar esportes também proporciona motivação. Foi com essa perspectiva que o içarense Dione Luiz da Silva começou a frequentar as aulas de jiu-jitsu no Centro de Artes e Esportes Unificados no bairro Vila Nova, em Içara. Ele se tornou deficiente visual após um acidente aos 21 anos. Passou por cirurgias, troca de lentes, muitas idas e vindas até que um glaucoma o deixou completamente cego.
“Por conta da deficiência, acabei sendo desligado do emprego, tive momentos muitos difíceis, pois muitos amigos se afastaram. Felizmente, com o apoio da minha esposa e filhos, eu retomei a vida. Passei a ajudar com as tarefas de casa e hoje encontro no esporte ainda mais motivação para encarar os desafios”, destaca o içarense de 34 anos.
“Os treinamentos sempre foram de igual para igual. O uso do tato nas táticas foi essencial para que ele se desenvolvesse rápido. Para nós é uma alegria imensa poder dividir essa experiência. Ele nos ensina todos os dias e mostra a importância da inclusão nos esportes”, afirma o professor de jiu-jitsu e judô, Sidney Santos. Em 23 anos de carreira, esta foi a primeira experiência do profissional com um aluno sem visão.
Além do jiu-jitsu, Dione treina atletismo duas vezes por semana. “Para nós é muito gratificante poder oportunizar esse apoio. Nossa missão é ser a ponte entre o esforço do Dione e os resultados incríveis que ele pode alcançar e, é claro, orientando sobre todos os seus direitos como deficiente visual”, acrescenta a coordenadora de Esportes, Solange Lima. Os treinos são acompanhados pelo professor Alex de Souza Behenck.
Inclusão no esporte e na música
Além de Dione, a Fundação Municipal de Cultura e Esportes também oferece oficinas de teclado e caratê para jovens com Síndrome de Down, deficiência motora e deficiência intelectual. “Nós precisamos oferecer mais que oportunidades. Não podemos ver as deficiências como limitações e sim como combustíveis para que todos melhorem e também auxiliem neste processo incrível de inclusão e acolhimento”, ressalta a presidente da FMCE, Maria Tereza Chagas.