Esportes | 11/03/2011 | 13:00
Cadê o Zorro do Criciúma Esporte Clube?
Adriano Ghellere - adriano.ghellere@canalicara.com
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Das telas dos cinemas aos campos de futebol e depois ao esquecimento. Com capa, chapéu, máscara e o traje social todo preto, Zorro e o fiel companheiro “Zorrinho” alegravam o público do Estádio Heriberto Hülse nas partidas do Criciúma. Mas, os dois simplesmente sumiram. Pelo menos das partidas do Tigre.
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19/01/2007 » Zorro, o personagem içarense do Tigre
O comerciante içarense Cláudio João Florentino, com 50 anos de idade, trabalha diariamente como barbeiro na Rua Anita Garibaldi, no Centro de Içara. Popularmente conhecido como Zorro, deixou a fantasia de lado e não compareceu mais as partidas do Criciúma Esporte Clube. A primeira aparição travestido com o personagem aconteceu na final do Campeonato Catarinense de 2005, quando o Criciúma Esporte Clube foi campeão ao derrotar o Atlético de Ibirama, em Ibirama, por 1 X 0.
“Quando desci de uma Van, estacionada na frente ao Estádio da Baixada, fui correndo em direção a torcida do Criciúma de forma descontraída enquanto meus amigos gritavam “Pega o Zorro! Pega o Zorro! Neste instante vários repórteres de TV’s, rádios e jornais solicitaram entrevista a mim. Depois daquele jogo, fiquei conhecido pelo estado inteiro e até pelo país”, relata. Ainda em 2008, Zorro guardava a fantasia e também parte da alegria de milhares de torcedores do Tigre.
“Em várias partidas do Tigre, me ausentei do meu trabalho para alegrar o público no Majestoso, principalmente as crianças. Mas fiquei sem apoio e ninguém da Diretoria ofereceu alguma ajuda de custo. Necessitava pelo menos das balas, no qual distribuía as crianças que compareciam ao estádio”, relata Cláudio em justificativa relatada enquanto corta o cabelo de um cliente. Mas e o Zorrinho? Não existem informações sobre o paradeiro dele. Zorro afirma que “o menino, naquela época com apenas cinco anos, é filho de um amigo com o qual não se comunica há algum tempo”.
“Nosso filhos ficavam loucos quando falavam no Zorro. Insistiam para que fôssemos ao jogo no estádio Heriberto Hülse para ver a partida, mas em especial o Zorro e o Zorrinho. Queriam fotografá-lo, cumprimentá-lo... E nós adultos, quando falavam em carreata rumo ao jogo do Criciúma no estádio com a presença do Zorro, milhares de içarenses participavam. Era uma loucura! Acho que algumas ’figuras folclóricas’ do Criciúma Esporte Clube se perderam e isso é muito ruim. Sinto falta e espero que isso retorne e não se perca no tempo novamente”, lembra o içarense Fabiano Toretti.
Mas, o barbeiro Cláudio, ou Zorro, estuda um retorno. “Vou me organizar para reaparecer vestido de Zorro no Estádio Heriberto Hülse nesta partida da final do Campeonato Catarinense. Vou entrar em contato com o Zorrinho, que já deve estar grande e difícil de carregar no colo, e vamos fazer presença novamente no estádio”, finaliza. Avaí x Criciúma jogam neste domingo às 18h30, no estádio da Ressacada pelo segundo turno do Campeonato Catarinense
ZORRO DO BRADESCO - O apelido “Zorro” surgiu quando Cláudio João Florentino trabalhava na agencia bancária do Bradesco em Criciúma, no ano de 1985. Segundo ele, uma exigência da gerencia resultou nesta brincadeira. “Era norma da agência, manter o rosto sem barba. Peguei férias naquele ano, fiquei barbudo e quando voltei ao trabalho deixei apenas o bigode. Certo dia, vestido com o traje preto, caminhava junto ao meu superior em meio aos caixas quando um dos meus colegas falou: “Lá vem o Zorro e o Capitão Garcia”. Gargalhadas surgiram entre os clientes e o apelido também”, relata Cláudio.