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Esportes | 27/03/2015 | 12:52

Everaldo Pereira, atleta e técnico de sucesso

Erik Borges - erik.borges@canalicara.com

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Natural de Praia Grande (SC), Everaldo Pereira chegou à Sangão aos 17 anos. Por lá viveu durante 12 anos. E já naquela época se apaixonou pelo caratê. “Todo sonho de adolescente era ser jogador de futebol ou lutar caratê influenciados pelo filme Karate Kid. Como nunca fui muito delicado, sempre gostei de me movimentar”, conta. “A oportunidade de lutar surgiu através do meu primo. Ele fazia caratê e foi todo o incentivo que eu precisava”, explica.

“Logo nos primeiros treinamentos eu já aprendi a executar os movimentos, sonhava com as lutas e com o nome dos golpes”, revela. Aos 38 anos, é atualmente faixa preta pós-graduado ao terceiro Dan no Shotokan reconhecido pela Federação Catarinense, Confederação Brasileira e Federação Mundial. Além disso, acumula os títulos de Campeão Brasileiro de 2004 a 2006 e o Sul-Americano em 2005.

“Comecei meus treinamentos em Araranguá. Treinei muito tempo em tubarão com o Pedro Girardi. Eu fazia o estilo Shotokan (mais fundamentado e tradicional)”, lembra. “Exige muita dedicação. São muitos pingos de suor, cursos e viagens para chegar até aqui. Talvez até o fim do ano eu faça outro exame para quarto Dan. São anos de esforço e aprendendo o caratê, que está sempre se reciclando com novas regras”, diz.

Toda essa experiência serve desde de 2009 também como referência aos mais de 800 jovens que participam do projeto “Caratê de Inclusão” da Fundação Municipal de Esportes de Içara. Entre os alunos estão também as filhas Sabrina e Carolaine Pereira. “Adoro o que faço e tenho muito prazer em ensinar, pois tem toda uma filosofia trabalhar a concentração das crianças. Elas precisam aprender a ganhar e a perder”, ressalta o professor.

“Todas as fases do caratê são difíceis. No inicio temos o bloqueio da vergonha e do medo. Quando só você executa errado o movimento e vê todos fazendo certo, dá vergonha. O caratê é um costume. Se você fica um dia sem praticar seu corpo já sente falta”, afirma. “Tenho estudado bastante como técnico. Estou me aperfeiçoando sempre e descobri que sou bom nisso. Nossa equipe de rendimento já está entre as três potencias do estado e o resultado vem mostrando isso. Mas ainda é pouco, tenho fome de vitória”, exclama orgulhosamente.

“Às vezes os alunos estão no limite e eu ainda cobro mais deles. Sou técnico e preciso fazer isso. Prefiro que eles sofram na academia do que na competição. Não tem nada mais recompensador do que o aluno vir em minha direção com os olhos cheios de lágrimas após uma vitória dizendo: nós conseguimos!”, coloca. “É muito gratificante ver os pais que acompanham os filhos nas competições vibrando juntos em suas conquistas. Os pais se emocionam e ver isso é muito gratificante. Sei disso, pois minha filha luta e sinto um orgulho imenso”, sentencia.

Somente neste ano os atletas da FME terão pela frente a seletiva para o Sul-Americano do Chile, Joguinhos Abertos em Itajaí, Olesc em Caçador; Jogos Abertos de SC; Jogos Abertos de São Paulo e seletiva para o Campeonato Brasileiro, em Foz do Iguaçu. “Existe planejamento para irmos à Premier League de Paris e em São Paulo, além da Copa Arnold, no Rio de Janeiro”, finaliza. “Se o atleta está indo pra um campeonato, precisa ter 30% de preparo físico, 50% de preparo técnico e 20% de controle psicológico. Já durante a competição: 30% físico, 20% técnico e 50% psicológico”, pontua.