Esportes | 03/07/2014 | 09:25
Futebol é dinheiro ou existe amor a camisa?
Carlos Rauen*
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Quarta-feira foi um dia sem Copa. Dia estranho, ainda mais para nós brasileiros que estamos acostumados com jogos - principalmente depois da novela. Aproveitei para dar um giro nas notícias das seleções e acabei refletindo sobre uma situação: Futebol é dinheiro ou ainda existe amor a camisa? Nessa competição já vimos os dois lados da moeda. Vou explicar.
A Seleção de Gana não queria jogar sem antes receber a premiação por ter conquistado a classificação para a Copa. Fez greve e não treinou. Um dia antes do duelo decisivo, contra Portugal, recebeu uma mala cheia dos milhões de dólares. Mas aí a polêmica já estava armada e tudo de errado aconteceu. Jogador foi expulso da concentração e agora está rolando um vídeo de que o renomado volante Sulley Muntari estaria fumando narguilé na concentração. Isso é um tipo de atleta que tem amor a camisa?
A seleção nigeriana também protagonizou uma cena bizarra. Pela falta do pagamento do bônus por terem classificado para as oitavas de final, não treinaram as vésperas de enfrentar a França. O resultado todo mundo já sabe. Antes mesmo de a Copa começar a Seleção de Camarões também se recusou a viajar caso não recebesse o pagamento pela classificação. Tudo bem que foi méritos ter conquistado a classificação, mas vamos lá. Só jogar se receber uma quantia tal não é exagero?
Do lado bom da moeda temos alguns outros casos. Começo pela Costa do Marfim. Os marfinenses não conseguiram a classificação, mas gostaram tanto do atendimento que receberam no hotel em Águas de Lindoia que antes do jogo contra a Grécia o atacante Drogba reuniu uma quantia em dinheiro com os companheiros de time. Esse dinheiro foi destinado então a todos os empregados do hotel.
Outro caso bonito foi o da seleção da Grécia. Os jogadores se reuniram após a eliminação para a Costa Rica pelas oitavas de final e decidiram não aceitar o bônus pela classificação. Mas enviaram uma carta ao ministro dos esportes da Grécia e fizeram um pedido: A construção de um Centro de Treinamento para a Seleção. Como funciona hoje a Granja Comary, em Teresópolis. E olha que não era pouco dinheiro.
Mas a situação que mais me chamou a atenção foi a da Seleção Argelina. Como prêmio pela classificação receberiam R$ 19 milhões (aproximadamente), mas rejeitaram. Esse dinheiro será destinado a população palestina que vive na Faixa de Gaza. Isso é um exemplo de que o futebol não é só os milhões que estão envolvidos em uma grande competição. O futebol é muito mais que isso. Pode transformar a vida de muita gente. E olha que bacana, os argelinos foram recebidos com muita festa na capital Argel. Além de surpreenderem em campo, deram um show fora deles. Isso que me dá ânimo para continuar tão apaixonado por esse esporte.