Esportes | 17/06/2014 | 00:43
Pior jogo da Copa? Não para mim!
Carlos Rauen*
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Nesses meus dois anos e meio de jornalismo esportivo assisti muitos e muitos jogos em alguns estádios. Mas o jogo entre Irã e Nigéria na segunda-feira foi com uma atmosfera totalmente diferente. Coisa de outro mundo. Cheguei aos arredores da Arena da Baixada perto das 15h. Seguranças por todo o lado, voluntários Fifa com informações precisas e muita gente em Curitiba (PR).
Vi polonenses, colombianos, americanos, ingleses. E conversei com um boliviano que está passando férias por aqui. Dois canadenses que estavam pela primeira vez no Brasil, se declararam surpreendidos com a beleza do país e também os donos do jogo. Os iranianos me falaram que o jogador o meia Ashkan Dejagah era o craque da equipe. Jogador do Fulham da Inglaterra. (Opinião pessoal – Seria no máximo um bom reserva na primeira divisão do Campeonato Brasileiro)
Fui na torcida pela Nigéria. Mas os iranianos estavam tão animados que no fim já estava por eles. Os nigerianos eram bem mais tímidos. Conversei com alguns arriscando no inglês. Para minha surpresa eles gostam mais do atacante Victor Moses do que do volante e capitão do time Obi Mikel (Mikel Obi, para eles). Enquanto passava na rua indo para fila, um iraniano estava distribuindo bandeirinhas do Irã. Peguei a minha para recordação.
Fiquei até às 15h30 nos arredores do estádio. Tentei aparecer em algumas TV’s. Fiz festa com as torcidas dos dois países, arrisquei o inglês, conversei no portunhol com alguns latinos e entrei no estádio. A bonita Arena da Baixada está muito diferente da última vez em que acompanhei um jogo, lá em 2010. Mais bonita, mas com algumas coisas para terminar. Muito empoeirada, por exemplo. Meu tênis e minha calça vão precisar de uma bela lavada.
Sobre o jogo não tenho muito que falar. Feio, ruim, fraco, uma pelada. O que valeu foi a atmosfera de estar dentro do estádio. Vai demorar para eu esquecer os torcedores do Irã com seu apito. Eram três apitadas e um grito de IRÃ. Na hora do intervalo tentei comprar um lanche. Peguei uma fila considerável e quando cheguei ao caixa... o salgado tinha acabado. Migrei para outro e aí sim consegui comida e refri. Mas quando voltei ao meu lugar o cronometro já marcava sete minutos do segundo tempo.
Do meu lado um paulista, de Bauru. Conversamos durante todo o jogo. A falta de qualidade da partida era o principal assunto. ‘’A Copa não teve nenhum 0x0 ainda. Quer ver que vamos estar no primeiro? ‘’, falou em tom de brincadeira. Bom, o jogo terminou 0x0. Ainda não vi gols em Copa do Mundo, mas posso dizer que foi uma experiência sensacional, inesquecível e muito divertida. Valeu muito a pena estar no – pior jogo da Copa até o momento. Terça-feira é dia de pé na estrada para voltar. O jogo do Brasil será pelo radinho mesmo, mas o que importa mesmo é o resultado.