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Política | 11/12/2008 | 23:47

Acirton Costa relata dificuldades

Lucas Lemos Serafim

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A cirton Costa assume no próximo ano o segundo mandato. Na primeira vez, foi eleito com 952 votos. Em 2008, foi eleito com 1.314. Além de vereador, o candidato eleito também acumulará a função de gerente de uma empresa de Criciúma, onde já trabalha. Outra função que possui é a de conselheiro do Hospital São Donato.

Natural de Criciúma, Acirton veio morar em Içara em 1982. Ao chegar à cidade, se envolveu com a Associação de Moradores do Mareli. Na época, com 25 anos, não tinha filiação partidária. A primeira sigla em que se envolveu foi dois anos mais tarde. No PP, ficou três anos, sendo que a família era peemedebista. Descontente com o partido em que atuava, acabou mudando a filiação para o PMDB.

Apesar de não ser natural de Içara, o futuro vereador se considera um cidadão içarense. Foi aqui que ele criou raízes familiares. Em 1983, casou com Maria Terezinha Assunção Costa, com quem teve duas filhas gêmeas, Amanda e Bruna. Uma delas, a Amanda, faleceu na véspera da campanha eleitoral deste ano, em 30 de junho.

"Eu acho a política boa. Mas, tem que haver seriedade”, explica ele. Na entrevista para o Canal Içara, Acirton relatou sobre a morte da filha, sobre a campanha eleitoral, sobre a extração de carvão e o comércio de Içara. Confira:


Como foi para você, enfrentar uma eleição após a perda da Amanda?
Acirton: Para mim foi muito difícil. Na verdade, eu queria ser vereador. A minha filha inclusive me apoiava. Ela me dava força e queria que eu saísse como candidato. Com a perda dela tudo mudou na minha vida. Até porque a gente vive em função dos filhos, da esposa e da comunidade. Por isso, mesmo com o fato, eu coloquei meu nome a disposição do partido.

Ao assumir novamente uma cadeira na Câmara, o que você mudaria no Legislativo?
Acirton: Temos que fazer um trabalho harmônico, independente de partido. Os vereadores precisam estar bem integrados. Somos uma família. Temos que pensar em conjunto. Lógico que tem pessoas que pensam diferente. Mas, vamos fazer um trabalho com todos os vereadores para fazer uma Câmara forte.

Conforme uma declaração sua, a troca do PP pelo PMDB ocorreu devido a promessas de melhorias no Mareli que não foram cumpridas. Agora, que você estará na Câmara como situação, já encaminhasse algum projeto para que o prefeito eleito, Gentil da Luz, utilize na sua comunidade?
Acirton: Nós assumimos alguns compromissos. Precisamos instalar um posto de saúde e pavimentar a Rua Marcelino Gomes. Outra prioridade é canalizar os dois valões que cortam o bairro e que possuem mau cheiro.

Existe algum projeto para aproveitar a Unisul e tornar o bairro um Centro Universitário?
Acirton: Na época em que fui vereador, fizemos um trabalho forte com o Senai. Não adianta nós trazermos indústrias para Içara e não ter mão de obra qualificada. Estamos importando pessoas de outras cidades. Quero conversar com o coordenador da Unisul de Içara, Sandro Serafim, com a intenção de abrir as portas da universidade.

Você apóia a emancipação do Rincão?
Acirton: A roça quando é muito grande, fica ruim pra carpir. O Rincão vai ter vida própria e vai seguir a vida dele.

Para a instalação de um novo distrito, você apoiaria a Vila Nova ou o bairro vizinho, o Presidente Vargas?
Acirton: Se nós tivermos a oportunidade de criar dois ou três distritos, eu sou favorável. Acho que é um pensamento do colega André Jucoski, que é da Vila Nova. Espero que ele apresente o projeto, porque ele é daquela comunidade.

Mas, se fosse para escolher um dos bairros, você escolheria do Presidente Vargas ou a Vila Nova?
Acirton: Acho que os dois bairros possuem condições para se tornarem distritos. Eu apóio as duas comunidades.

Qual seria a sua marca ou meta de trabalho?
Acirton: Mesmo contra alguns, eu sempre defendi que Içara precisa gerar renda e emprego. Quando eu estava na Câmara de Vereadores eu defendi a implantação da mina. Trabalho para isso. Em termos de indústria, vamos trazer bastantes empresas para o município. A meta é trabalho e mais trabalho. O povo merece toda atenção do poder público.

O Movimento Içara Pela Vida (MIV) ganhou força, principalmente com a participação do PMDB e do Gentil Da Luz. O posicionamento dos vereadores eleitos, sendo favoráveis a mineradora, não vai complicar o trabalho do prefeito eleito?
Acirton: Eu digo que cada pessoa tem que ter o seu ponto de vista. Eu tenho que respeitar o prefeito, o partido, mas eles também têm que me respeitar. Eu acho que a mina, vindo para Içara, vai arrecadar mais de R$ 180 mil em impostos por mês. Me dou muito bem como Gentil e com o partido. Por isso, espero que eu seja respeitado.

Tens interesse em pegar alguma secretaria ou assumir a presidência da Câmara?
Acirton: Secretaria está descartada. Eu pretendo ficar na Câmara. Foi para isso que fui eleito. Estou articulando para que o meu nome seja de consenso para a presidência da Câmara. Tenho o apoio do partido e algumas pessoas já disseram que vão me apoiar.

Alguém já disse que não vai lhe apoiar?
Acirton: Por enquanto, ninguém falou que não vai votar ou me apoiar. Até porque eleição de Câmara tem que ser bem discutido. O resultado pode mudar até no último dia. Já vi vereadores dormirem presidente e acordarem sem o cargo. É muito complicado.

Se fosse para pegar alguma secretaria, quais as que você estaria apto?
Acirton: Eu me daria bem na Indústria e Comércio e Secretaria de Obras. Uma porque eu trabalho na iniciativa privada, como gerente. Não adianta administrar uma secretaria com o fígado. Tem que ser com a razão. Tem que respeitar, ter liderança e saber dialogar. Na Obras, eu já fui encarregado quando o Gentil era secretário no governo do Deobaldo Pacheco, o Bado.

Que mudanças você propõe na Secretaria de Obras?
Acirton: Eu faria uma revolução. Temos que pensar na terceirização de máquinas e caminhões. Assim, teríamos mais produtividade. Coisas que muitas pessoas mexem quebram mais rápido.

Em relação ao comércio, você também é a favor do fechamento da Marcos Rovaris?
Acirton: Acho que num futuro muito próximo, teremos que fazer calçadões. O município está crescendo muito e a área central já está ficando congestionada.