Candidatos respondem a jornalistas

Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com

Içara abriu a sequência de debates eleitorais da Rádio Eldorado (AM 570) nesta terça-feira, dia 18. Além de questionamentos entre os concorrentes a Prefeitura Municipal, os prefeituráveis tiveram que responder também a interrogações de jornalistas da emissora, do Jornal da Manhã e do Canal Içara. Sob a mediação do radialista João Paulo Messer, os candidatos foram abordados sobre mobilidade, saúde, emancipação dos rinconenses e os constantes ataques políticos.

"Quero agradecer poder ser candidato no atual momento da cidade. Içara vive um tempo de dificuldades. E somos favoráveis a renovação de 100%", enaltece Murialdo Canto Gastaldon (PT). "Muitas vezes se prega o novo. O novo aconteceu na eleição passada com o Gentil e, infelizmente, o povo de Içara, assim como eu, foi enganado. Eu e Júlio somos ficha limpa", contrapõe José Zanolli (PSD).

“É difícil fazer um debate sem estabelecer as regras cronometradas. A pesar de ter inovado, foi um bloco de muita tensão. Acho que os candidatos precisam do rigor dos segundos nesta reta final das campanhas.”, coloca o apresentador criciumense. Esta avaliação é quanto aos 10min abertos sem uma divisão igualitária dos concorrentes a Prefeitura Municipal e os respectivos vices. Confira abaixo um resumo da entrevista:

Içara vive uma das campanhas mais conturbadas com denúncias e até investigação do Gaeco. Qual a influência que isto tem na campanha?

Zé Zanolli: Para nós não tem influência nenhuma. Somos ficha limpa e nossos apoiadores também. Não nos envergonhamos das pessoas que estão ao nosso lado. Eu não estou no governo. Tentaram colocar o meu nome em dúvida até agora. Mas em todos os processos que tentaram denegrir a minha imagem não deram certo. Precisamos resgatar a credibilidade do içarense
Murialdo: A corrupção é uma das coisas mais abomináveis. Significa menos vagas nas creches e deve ser combatida. É como cortar a unha. Todos os dias tem que cortar. Em Içara, de maneira especial, não assistimos de hoje. O Gaeco apareceu na Cooperaliança e não temos ninguém na nossa campanha. Chegou também no Hospital São Donato e na Prefeitura. Ninguém mais do que eu procurou o Ministério Público e a Corregedoria. Queremos cuidar da cidade igualmente cuidamos da sala de aula

Uma das conturbações que movimentam Içara trata da mineração. Objetivamente, o que os candidatos tem no Plano de Governo sobre a Mina 101?

Murialdo: A prioridade de uma cidade que deseja crescer é a água. Produzimos o copo plástico que guarda a água, mas não existe nenhuma tecnologia que produza água. A prioridade será a água independente do empreendimento que for. Sempre que a água estiver em risco, vamos lutar para preservá-la. Estamos em defesa da vida, em defesa da água e do meio ambiente.
Zé Zanolli: Eu sempre tive uma posição muito clara. Sou a favor do agricultor e contra a mina. Não vou fazer a politicagem que estão fazendo. Não me esconderei atrás das palavras. Não farei politicagem. As pessoas estão usando os agricultores para se favorecerem. Quero dizer que vou respeitar a lei. Quero fazer com que a água seja respeitada. Olhem bem as palavras que dizem. Estão sempre nas entrelinhas. O motivo eu não sei.

Içara vai perder o Distrito do Rincão que se transforma em município. Como o senhor administrará esta perda?

Zé Zanolli: Não vamos perder o Rincão. Seremos parceiros assim como as demais cidades. Vamos investir em um parque de eventos. Temos indústria de descartáveis e metal-mecânica forte. Nosso projeto é trazer 40 empresas em quatro anos. Daremos terreno e pavilhão. Vai ser tipo um consórcio. Queremos também investir na agricultura familiar, incentivar a feira livre, novas indústrias, cooperativa de leite e criar um calendário de eventos.
Murialdo: O Balneário Rincão tem entorno de 10 mil habitantes e chega a quase 180 mil pessoas. É o equivalente a população de Criciúma. O que acontecia era uma despesa de Criciúma com uma receita de Içara. Agora não. O Rincão vai ter as receitas próprias e a cidade de Içara vai ter uma despesa menor. Isto vai significar melhores condições de investimento. Os bairros terão melhor atendimento e poderemos trabalhar o turismo rural e de negócios.

Um dos maiores problemas da cidade e para outras regiões é a SC-444. Para este e outros itens da mobilidade, quais as suas propostas?

Murialdo: Aquilo que se está sob a responsabilidade do município temos compromisso de trabalhar por soluções. Um exemplo é a Avenida Procópio Lima devido aos veículos que cortam a estrada de ferro. Há também problemas na Rua Vitória e tantas outras. Precisamos de um acesso Norte em Esplanada, da Avenida das Torres e ciclovias. Muitos trabalhadores utilizam bicicletas ou até a pé. Temos que garantir calçadas para portadores de necessidades especiais
Zé Zanolli: Temos que ter preocupação com acessibilidade das pessoas deficientes. Temos um problema na cidade que é o Plano Diretor. Ele está atrasado. Queremos a Avenida dos Trilhos, Avenida das Nações e Avenida Lauro Müller. Mas não temos apenas preocupação com o trânsito. Deve-se atentar aos pedestres e a criação de mais linhas de ônibus