Política | 19/03/2009 | 11:00
Falta de assinatura atrasa ETE
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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O contrato que estabeleceria a construção do saneamento básico nos bairros centrais de Içara não está garantido. A liberação dos R$ 10 milhões ainda depende da assinatura do ex-gerente do Besc, Luís Mário Lepka. No primeiro contato feito pela atual administração, ele se negou em rubricar os documentos. Isto porque após a incorporação do Besc pelo Banco do Brasil, Luís foi transferido para o Banco Central, em Curitiba.
Segundo o presidente do Samae de Içara, José Zanolli, o problema está sendo discutido com a Caixa Econômica Federal, responsável pela liberação da verba. Mas nenhuma solução foi apresentada até o momento. "Está difícil de resolver os impasses", alerta o administrador da autarquia municipal. Para que o recurso não seja perdido, o prefeito Gentil Da Luz também poderá pedir a intervenção da senadora Ideli Salvati (PT).
Além da realização de um novo contrato, será preciso refazer o projeto. Conforme o gestor de Planejamento de Içara, Alfredo Miranda, os engenheiros que fiscalizaram as plantas constataram erros. Em alguns locais, a tubulação passaria por dentro de um rio ou por vias públicas não existentes. Outro fator levantado foi a falta de segurança para a realização do saneamento básico. No projeto não constava barreiras de contenção para que os serviços fossem executados profundidades de até 5m. Com isso, os operários estariam sujeitos a serem soterrados.
Na parte legal da obra, o atual presidente do Samae ressalta mais uma irregularidade.A licitação foi finalizada antes mesmo que o montante fosse disponibilizado pelo Ministério das Cidades. O antigo administrador da estatal, César Dagostin, foi procurado no escritório de advocacia em que trabalha. Porém, não comentou sobre o assunto porque estaria ocupado durante toda a manhã desta quinta-feira, dia 19.
ASSINATURA DO CONTRATO FOI CELEBRADA EM JULHO
A assinatura do contrato foi anunciada no dia 4 de julho de 2008. Na época, compareceram ao Paço Municipal o prefeito em exercício, Naelti Vianna, o superintendente da Caixa Econômica Federal, Adir José da Silva, e o Diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae), César Dagostim.
"Antigamente, os políticos não investiam em saneamento básico, pois ninguém queria fazer obras que não apareciam aos olhos da comunidade. Hoje as coisas mudaram e o nosso papel é intermediar os recursos do Governo Federal para quem tem interesse em investir na saúde pública para garantir qualidade de vida", disse na cerimônia, o representante da Caixa.
A previsão era que em dois anos a obra estivesse concluída. A rede de tratamento de esgoto atingiria o Jaqueline, Jardim Elizabete, Tereza Cristina, Jardim Silvana, Centro, Primeiro de Maio, Cristo Rei e Raichaski.
MORADORES PEDEM MUDANÇA NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO
O medo de que oesgoto da região Central de Içara cause problemas levou os moradores do Jaqueline a pedirem a mudança na estação de tratamento. "A comunidade não é contra a obra, mas entendemos que a mudança de local vai tranqüilizar os moradores que se preocupam com odores indesejados e doenças. É uma questão de planejamento e até de saúde pública", ressaltou o morador Nelson Zachoheski em um encontro com o prefeito Gentil Da Luz e o presidente do Samae, José Zanolli, realizado no último dia 12.
"Estamos reavaliando o projeto e as sugestões dos moradores serão, com certeza, analisadas. A possibilidade de transferência existe. Só precisamos resolver as questões técnicas", explicou José Zanolli.