Política | 20/11/2008 | 09:39
Meta de Toninho são os convênios
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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Natural de Içara, Antônio de Melo é morador na comunidade de Sanga Funda. Com 45 anos, o futuro vereador de Içara reside com a esposa Valdirene Antônio Cândido e os dois filhos: Renan, de 16 anos, e Beatriz, de 10 anos.
Toninho, como é conhecido, também é professor de geografia. Atualmente, leciona na Escola Antônio Guglielmi Sonbrinho, na Vila Nova. Formado pela Unesc, conseguiu a vaga de efetivo há três anos. Antes disso, ele já tinha exercido a função de vereador. Nas últimas quatro eleições, venceu três delas.
A influência para entrar na política partidária começou em casa. O pai de Toninho e um tio dele já foram candidatos na cidade. Com o apoio dos familiares, ele também decidiu concorrer a eleição. A primeira disputa nas urnas foi em 1992, pelo PDT. Na época, conquistou somente a vaga de suplente. Então, por convite de amigos, em 1995 mudou para o PMDB. Com a nova sigla, se tornou vereador com 692 votos. Desde então, o crescimento nas urnas não parou. Em 2000, conseguiu a reeleição.com 803 votos. Na eleição seguinte, Toninho de Melo ficou de fora do legislativo, mesmo com o apoio de 926 eleitores. E, no próximo ano, voltará a ser vereador, pois foi eleito com 1012 votos.
“Eu tenho um trabalho de quatro anos. Não trabalho apenas na campanha”, explica ele ao relatar a estratégia para toda a ascensão na votação. Confira a entrevista realizada pelo Canal Içara na quarta-feira, dia 19:
Será a segunda vez que você entra na Câmara como vereador de situação. Esta condição facilita o trabalho de legislador?
Toninho: Eu já tive a felicidade de ser vereador de situação e de oposição. Quando iniciei na situação eu era inexperiente. Mesmo assim, consegui algumas obras importantes. Agora, com mais conhecimento de toda a estrutura administrativa do município e do estado, poderei contribuir mais.
Nos manifestos do Movimento Içara Pela Vida (MIV) o seu nome foi divulgado como um dos culpados pela instalação de uma mineradora em Içara. Este seria um sinal de crise no seu relacionamento com as entidades participantes desse protesto?
Toninho: Na Câmara, quando eu era vereador, tive alguma participação na questão na mina. Hoje, eu penso que isso já é algo decidido. Acredito que até março comece a extração de carvão em Içara. Esta entidade que trabalha para a não abertura da mina terá que se voltar para a fiscalização dos trabalhos. Precisamos ter pessoas com coragem e disposição para isso.
Além da CDL, Acii e Caep, o PMDB também é um dos apoiadores do movimento. Neste caso, ser a favor da mina não o coloca contra o partido e contra essas entidades?
Toninho: A mina divide a população de Içara. Até porque todas as vezes que se politiza um movimento, são criados também alguns adversários. Atualmente, eu vejo muito mais uma briga política do que um movimento consciente. Isso por parte de algumas pessoas. Aqueles que moram na Santa Cruz e que iniciaram o movimento são os verdadeiros guerreiros.
Esse interesse político é o mesmo que manifesta o desejo da emancipação do Balneário Rincão?
Toninho: Observo de forma diferente. As pessoas moram, convivem e sofrem com a falta de recursos por lá. E, a partir da emancipação, o Rincão terá o retorno do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Com esse dinheiro e trabalhando sem fazer bobagens, o Rincão vai conseguir sobreviver e ter recursos para mais investimentos. Atualmente não há uma preocupação muito forte com o litoral içarense, principalmente em relação à educação. Um exemplo disso é que o balneário tem somente uma escola estadual.
Em relação a administração, você tem pretensão de assumir alguma secretaria?
Toninho: O que eu coloquei para o prefeito é que eu tenho oito anos de mandato. E, que nós temos um conjunto de pessoas que poderão estar ligadas à administração. Se o prefeito entender que eu somo mais em uma secretaria, deixarei o legislativo.
Pelo fato de ser professor, a Secretaria de Educação seria a melhor opção para você?
Toninho: Eu trabalhei na Secretaria de Desenvolvimento Regional junto com o Deinfra e com o setor de Recursos Humanos. Também fui agricultor e hoje sou professor. Por isso, acredito estar qualificado para algumas secretarias do município. No momento, sou professor. Se o prefeito achar melhor eu ir para a Secretaria de Educação, me coloco a disposição.
E, na Secretaria de Educação, qual seria a sua meta?
Toninho: Nós temos algumas necessidades. Temos que incentivar a profissionalização dos jovens, construir creches e escolas maternais. Para o próximo ano, talvez o Governo passe a não absorver mais o Ensino Fundamental. Isso deverá ser progressivo. Neste caso, teremos que estar preparados para esta mudança.
Entre as ações preparatórias dessa mudança estaria a construção de uma escola no Rincão?
Toninho: Exato. Esta é uma das coisas que temos que fazer. O Rincão, daquele tamanho, só tem uma escola. Precisamos criar outra para o Ensino Fundamental. Poderia ser na Zona Sul.
Quando assumir o cargo de vereador, quais os projetos ou metas que você irá apresentar?
Toninho: Estou estudando algumas melhorias para a cidade ainda. Mas, uma das prioridades é o convênio entre o Governo e a Prefeitura de Içara para a pavimentação do acesso a Barra Velha. Se a obra não começar este ano, o convênio poderá ser reincidido. Neste caso, teremos que retomar as negociações no próximo ano.
Algumas obras estão atrasadas ou paradas. Isto lhe parece ser acontecimento motivado por brigas políticas?
Toninho: A questão da Barra Velha é sim. As lideranças de lá lutaram para a pavimentação. O recurso para a obra seria financiado em grande parte pelo Estado. Para não deixar ser divulgada a conquista do PMDB, a prefeitura acabou inviabilizando a obra.
Conforme a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Içara, o município poderá não ter um evento de grande porte no Natal por falta de recursos da prefeitura. De certa forma, a não liberação do dinheiro evita o crescimento da dívida içarense. Como você observa esta situação?
Toninho: O Gentil vai pegar a prefeitura de Içara com um valor altíssimo na dívida. Por isso, este argumento não é válido. A parcela que iria para o Natal é algo irrisória em relação ao montante da dívida. Seria um pingo de água no meio do oceano.
A Plasson é uma das empresas que já deixaram Içara por falta de incentivo. Neste sentido, as ações realizadas pela atual administração são suficientes para manter o crescimento da cidade?
Toninho: Cabe ao nosso empresário colocar a indústria. Ao trabalhador, ocupar o cargo. E, a prefeitura colocar a estrutura necessária. Observo que mais uma vez a população sai perdendo quando a prefeitura não faz a parte dela. Esta omissão prejudica o todo. O novo prefeito terá que buscar estes empresários.