Política | 21/11/2013 | 14:46
Reforma administrativa ainda é estudada
Especial do Jornal Gazeta
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Iniciar um processo de mudanças para ajustar o funcionamento de trabalho, alternando, inclusive, de um modelo gerencial para outro, é um dos objetivos de uma reforma administrativa. E é, de certa forma, uma maneira de controlar os trabalhos de uma Administração Pública. Em Içara, desde que o petista Murialdo Canto Gastaldon venceu as eleições já se fala em uma reforma administrativa.
Até o momento, uma das mudanças mais sentidas foi a exoneração de alguns servidores públicos. O que não possui relação nenhuma com algum tipo de reforma, mas sim com a necessidade de redução de gastos por conta da má situação financeira que o Executivo enfrenta. Contudo, Gastaldon reafirma que a reforma administrativa irá de fato acontecer em Içara. O prefeito, no entanto, não precisa datas tampouco dá detalhes de que forma isso irá ocorrer.
“Eu prefiro, por ora, não polemizar este assunto. A reforma será feita, mas antes precisamos realizar um estudo, que é o que estamos fazendo, para ter certeza de como irá funcionar. Por isso, prefiro não limitar data alguma e muito menos dar detalhes, até porque ainda não sabemos como será o andamento dessa reforma administrativa”, coloca.
Apesar disso, o chefe do Executivo deixa claro que a intenção é, como o próprio nome diz, reformular a maneira de administrar a cidade. “Viso dar mais eficiência aos trabalhos realizados pela administração pública. Esse é o nosso objetivo”, aponta Gastaldon. Assim que os cortes de servidores foram anunciados, o prefeito afirmou que a medida foi tomada porque era preciso. Disse, ainda, que novos cortes poderiam ocorrer até o fim deste ano, integrando uma reforma administrativa que estava sendo planejada.
Uma reforma administrativa pode ser vista de diferentes formas se for comparada de cidade para cidade. Diversos são os fatores que podem culminar em uma reforma, desde pressão pública, até o desenvolvimento do município. No caso de Içara, um dos critérios que podem ser adotados pelo prefeito, pode ser a diminuição das secretarias ou a junção delas. O assunto já havia sido discutido há alguns meses. Para o empresário e presidente da Associação Empresaria de Içara (Acii), Jói Luiz Daniel, é difícil falar se o município necessita ou não de uma reforma. Ele, todavia, esclarece que é preciso mudar a imagem de Içara.
“A necessidade de uma reforma administrativa é uma situação que deve ser interpretada pela própria Administração. É o prefeito, juntamente com o vice, que conhece o funcionamento interno da prefeitura e sabe da necessidade de mudança. Essa é uma decisão muito interna, que deve ser tomada embasada em conhecimento e motivos para isso. Na minha visão como empresário da cidade, eu vejo que Içara precisa sim alterar a sua imagem. A prefeitura já foi taxada de corrupta, alvo de investigações e isso tem que ser mudado”, coloca.
Para o empresário, a preocupação da sociedade içarense não deve estar voltada somente ao Executivo, mas também ao Legislativo. “Estamos confiantes. Acho que a atual gestão, pelo que vem apresentando até agora, está caminhando bem. Mas não me preocupo somente com a prefeitura. Acho que a comunidade deve se atentar também à Câmara, que agora está com o projeto de aumentar o número de vereadores. O Rincão se emancipou, a situação financeira do município está debilitada, precisamos desse aumento?”, questiona.
O presidente da Câmara de Vereadores, Laudelino Calegari, ressalta que antes de ser favorável a uma reforma administrativa, precisa conhecer o projeto e saber se as alterações trarão ou não benefício para a cidade. “Essa reforma administrativa é um projeto do prefeito que ainda não veio para a Câmara. E dizer se sou contra ou a favor, depende do tipo de reforma que será feita. E acho que se Executivo sentir essa necessidade de mudança para melhorar a administração da cidade, ela tem que ser feita. Mas precisamos antes pesar quais serão essas mudanças”, destaca.
Paulo Brígido, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), também compartilha da opinião de que antes, e necessário ter conhecimento da mudança. Mas, afirma que todo o projeto que visa melhorar a imagem da cidade deve ser adotado. “Eu gosto de dar opinião quando conheço o assunto, quando o domino. O que não é o caso quando se trata dos problemas internos da prefeitura. Só quem está lá é conhecedor das necessidades de mudança. E se for para dar mais crédito à Içara eu apoio”, pontua.
Agora, segundo Brígido, a alternativa é confiar nos administradores. “Acho que a comunidade não tem outra opção senão acreditar na mudança da gestão atual. Os administradores foram escolhidos e temos que torcer para que eles façam o bem para Içara, que a ajudem a se desenvolver. O nosso desgaste é grande, esses dias eu estava em Criciúma e ouvi um homem dizer “poxa, até os terrenos do cemitério estão roubando agora”. E isso não é positivo para nós. Mas confio no Executivo e acho que o prefeito deve tomar a decisão mais acertada para mudar essa imagem”, completa.