Relembre os manifestos na Câmara

Pautas polêmicas não faltaram em quatro anos de legislatura. E na votação de cada uma delas ocorreram protestos. Cartazes, faixas, camisetas, carro de som, trator e apitaço. O grito da sociedade se manifestou de diferentes maneiras. E nos caso de maior dimensão, a representatividade dos içarenses não correspondeu às demonstrações populares.

O Canal Içara fez um retrospecto de algumas das sessões com maior apelo popular nestes últimos anos. A contagem do portal inicia em março de 2010. Foi quanto os vereadores aprovaram o beneficiamento e o depósito do carvão em Içara. A votação foi contrária aos pedidos realizados pela população presente na reunião legislativa. Para amenizar os ânimos foram acionados até mesmo policiais militares.

Em maio de 2011 o protesto foi maior. Cerca de 60 veículos fecharam o entorno da Câmara Municipal. Isto pela contrariedade a revogação da Área de Preservação Ambiental de Santa Cruz e a realização de mudanças nas atribuições da Fundação Municipal do Meio Ambiente. O pedido de ajuda também foi ignorado pela maioria dos parlamentares.

Depois de alteradas as regras ambientais, a Câmara Municipal se envolveu no Escândalo das Cédulas. E daí foi a vez da comunidade reivindicar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. A intenção era que fossem verificadas as denúncias de falsificação de documento, prevaricação e advocacia administrativa em benefício da Mina 101. Desta vez o pedido de CPI foi acatado, todavia, somente depois de afastado judicialmente o presidente Darlan Carpes (PP). Por fim, a CPI instalada em 2011 acabou em pizza em 2012.

Também em 2011 outros dois assuntos foram levados a grandes debates. Num exemplo de democracia, a Câmara convocou entidades para tratar do aumento de vereadores. A dúvida ficou entre a manutenção de 10 cadeiras ou ampliação do espaço para 13 vereadores. Mas quando a matéria entrou em votação, a escolha divergiu ainda mais. Foi por 11 parlamentares. Já a proposta de cobrança de royalties nem chegou a ser votada. Acabou engavetada durante o protesto de lideranças comunitárias na Câmara Municipal.

Às vésperas de mais uma eleição municipal, a última polêmica foi o aumento dos salários dos próprios vereadores, secretários municipais, vice-prefeito e prefeito. Todos possuem os ganhos reajustados anualmente pela inflação. Porém a consideração dos agentes públicos é que falta ganho real, além de ser necessária a criação do 13º. O cálculo é de quase 37% de reajuste. O índice válido somente para a próxima legislatura eleva o salário mais baixo, de vereador, dos atuais R$ 5,4 mil para R$ 7,4 mil.