Política | 27/11/2008 | 16:44
“Respondo por mim”, diz Marzinho
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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Osmar Manoel dos Santos herdou do pai parte do apelido e o apego ao Partido Progressista. Conhecido como Marzinho do Pereira, ele tem 47 anos e já concorreu a duas eleições para vereador. Na primeira, em 2004, teve 734 votos. Na segunda, realizada neste ano, duplicou o apoio e conseguiu se eleger. Agora, ele só aguarda a aprovação das contas para ser diplomado.
Em relação as campanhas, Marzinho comenta que foi candidato naturalmente. Segundo ele, este não era um objetivo almejava. Mas, ao ter o nome cotado, foi “buscando espaço”. “Trabalhei bastante”, explica ele. “As pessoas se ofereciam para me ajudar. No dia da eleição, um cara me ligou na boca da urna para saber o meu número. Foi uma eleição que o pessoal me procurou”, completa.
Marzinho é natural de Içara e sempre morou na cidade. Atualmente, reside no bairro Cristo Rei com a espora Maria Luiza Nietto. Mas, quando era criança, morava com a família na Região dos Lagos. Entre as funções que já desenvolveu, está a de garçom, técnico de calçados e engraxate. A última, de fiscal da prefeitura, foi conquistada em um concurso público em 1993. E era nesta profissão que ele se mantém até hoje.
Em entrevista para o Canal Içara, o futuro vereador do PP foi curto nas respostas. Assuntos ligados ao processo que ele ainda responde por compra de votos estão vetados. Aliás, o tema não foi comentado por Marzinho em nenhum veículo de mídia. Até em questionamentos sobre o comportamento dos futuros colegas ele também respondeu de forma resumida. “Eu respondo por mim”, destacou. Confira o bate-papo, que assim como toda a série de entrevistas com os futuros vereadores, está gravada nos arquivos do Canal Içara:
Num primeiro momento, tivesse as contas rejeitadas pelo Cartório Eleitoral. Os problemas já foram corrigidos?
Marzinho: Era uma questão de notas fiscais, erro de digitação e eu também não tinha colocado o veículo em que foi gasto o combustível. Mas, já está tudo resolvido.
Você participou de eleições com diferentes legislações. O que você acha desse pente fino que está previsto atualmente?
Marzinho: Para quem tem pouco poder econômico, é melhor. Por que não teve aquele negócio de carne, de churrasco. Antes, se fazia até risoto na rua. Acho que o pessoal do TRE estão corretos.
Na questão das prestações de contas, você confia nos valores divulgados pelos candidatos?
Marzinho: Olha, eu respondo por mim. Pelos outros eu não posso dizer nada.
Quanto você declarou de gastos?
Marzinho: Não me lembro direito. Foi em torno de 10 mil.
Existe a possibilidade da Câmara de Vereadores ter um legislativo diferente daquele que foi eleito?
Marzinho: Acredito que não. A questão é que alguns não tem conhecimento da lei. Então, é só se adequar. Acho que os vereadores vão apresentar a defesa e justificar os erros nas contas.
Trabalhando no setor de fiscalização da prefeitura, você acompanhou o tão divulgado crescimento da cidade. Ele realmente existe ou é só marketing?
Marzinho: Há bastantes empresas se instalando em Içara, inclusive comércio.
E o Rincão, como está?
Marzinho: Eu tenho conhecimento do Rincão é no verão. Nesta época, o comércio cresce mil por centro.
A emancipação do Rincão parece estar próxima. Você é a favor ou contra?
Marzinho: Sou a favor. O Rincão é como um filho. Ele vai sais de casa, vai ter os filhos dele e vai casar... Com o balneário içarense é a mesma coisa. Já que foi realizado um plebiscito pela emancipação e o povo de Içara preferiu assim, tem que separar e viver com as próprias pernas. Ninguém vai perder ou ganhar. Isto já é um fato.
Mas, como o Rincão vai ser sustentado sem indústria?
Marzinho: Hoje o Rincão já tem uma área industrial na Pedreira.
Atualmente tem quantas indústrias lá?
Marzinho: Elas estão se instalando... É uma área industrial nova, feita este ano. Tem as lagoas, o turismo, a praia e as plataformas. Acredito que em um ano, o Rincão já possa andar com as próprias pernas.
Mas, se depender do turismo, os investidores do Rincão terão que trabalhar com o dinheiro como já é feito na agricultura: guardar o dinheiro da safra para ser investido durante o resto do ano?
Marzinho: Tem esse ponto. Mas, o turismo se faz o ano inteiro. É só saber fazer.
Se a emancipação ocorrer, você apoiará um possível distrito do Presidente Vargas ou da Vila Nova?
Marzinho: Acho que o bairro mais velho é a Vila Nova. Por isso, acredito que esta comunidade seria transformado em distrito.
Em relação aos agricultores, tens algum projeto direcionado para eles?
Marzinho: Acho que as culturas deveriam ser mais diversificadas. Para não dependermos do fumo. Mas, não sei como fazer isto.
Quais as metas criadas quanto começares a atuar na Câmara?
Marzinho: Eu tenho o projeto de criar a Guarda Municipal escolar. Mas, eu vou depender do Executivo. Irei falar com o futuro prefeito para a implantação da idéia. Outro objetivo meu é a brinquedoteca ambulante e a disponibilização de recursos para a Farmácia Solidária.
Você acha que será fácil de aplicar estes projetos sendo oposição ao governo?
Marzinho: A gente tem que fazer uma oposição não radical. O que for bom para o município, a gente tem que aprovar.
Você já voltou para a prefeitura? Como estão os trabalhos internos?
Marzinho: Já voltei e o funcionamento está normal. Só ficarei de fora da Fiscalização se eu assumir a presidência da Câmara.
Como estão as negociações sobre a presidência dentro do PP?
Marzinho: A gente ainda está discutindo dentro do diretório. Temos feito reuniões semanais.
Em relação a mina, você foi procurado por alguém para se posicionar?
Marzinho: Ninguém me procurou. Mas, sou favorável. Até porque uma questão de emprego e renda. Serão 150 mil mensais em impostos. É uma creche.. uma escola por mês. Em relação ao meio ambiente, nós temos os órgãos ambientais para fiscalizar. Se der problema, eles que se virem.
O fato da mina ter financiado a campanha de alguns vereadores compromete o trabalho desenvolvido na Câmara?
Marzinho: Quem recebeu o dinheiro da mina já tinha se manifestado a favor da empresa. Por isso, acho que não influencia em nada.