Política | 05/09/2012 | 17:34
“Vou até as últimas consequências”, diz Nem
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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Enfim, José Fernandes Silveira falou sobre as acusações de superfaturamento de contratos no Sistema Autônomo Municipal de Água e Esgoto. As declarações ocorreram na casa dele na tarde desta quarta-feira, dia 5. O endereço na Rua Marcos Rovaris que foi indicado para o encontro com vereadores e imprensa é o mesmo que serve de sede para a empresa Fernandes Silveira Ltda. “Vou até as últimas consequências”, afirmou.
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Segundo o empresário, ele era apenas um laranja. Recebia os cheques, compensava e passava adiante o dinheiro. Em troca disso ficava com R$ 2 mil por mês. “Uma vez um cheque de R$ 16 mil, outra vez de R$ 18...”, declara José Fernandes sobre as quantias ao vice-prefeito e então presidente do Samae, José Zanolli. “Ele esperava na esquina dos bancos e pedia para alternar as agências”, apresenta. E além disso, acusa o ex-presidente de usar funcionários da prestadora de serviços para trabalhos particulares.
“Quando começou a administração do Gentil e do Zé eu precisava trabalhar. Então fui até o Samae, onde o vereador Boka [Joacir Domingos Pereira - PMDB] sugeriu que eu colocasse uma empresa para trabalhar e se manter. Aí falei com o Zé Zanolli e começamos a encaminhar os documentos. Mas eu expliquei que não tinha experiência. Era algo burocrático para mim. Mas ele disse: deixa comigo. Foi onde houve um acerto para que fosse passado R$ 2 mil e que ele ia determinar a minha empresa. Eu falei tudo bem. Sempre tive na pobreza e dando para resolver os meus problemas, tudo bem. Comecei a acompanhar os trabalhos e ele disse que não precisava. Meu compromisso era somente assinar. Chegou num ponto que eu desconfiei”, sintetiza.
Ainda segundo o empresário, Zé Zanolli foi retirado da autarquia quando o fato chegou ao prefeito Gentil Da Luz. O vice-prefeito teria ainda pedido para o empresário intervir para o retorno ao Samae. Mas não conseguiu convencer. O ex-presidente foi penalisado. Já o empresário continuou em atividade e, segundo ele, assumiu então o controle da empresa em seu nome.
“Eu recebi uma intimação do Gaeco há um mês para dar esclarecimento. O que eu ia fazer lá? Perguntar para o delegado quem era o mais bonito de nós dois? Eu contei o que disse agora”, afirma. Entre os detalhes, ele cita inclusive que o delegado havia também apresentado críticas a Zé Zanolli, que um bloco de notas entregue ao vice-prefeito sumiu e nega ter assinado alguns documentos com seu nome. “Ele falava comigo como se estivesse com um cachorro jaguara”, reclama. “Jogaram o meu nome numa lata de lixo”, repercute.
FUNCIONÁRIOS - Segundo apresentado no depoimento, os funcionários da empresa não eram fichados. Cleber Macieski, por exemplo, recebia diretamente do presidente do Samae, José Zanolli. A irregularidade, contudo, é baseada na informação de que Cleber era vinculado a uma prestadora de serviço. “Na época esta empresa era a única que prestava serviço”, relata. A vinculação oficial foi realizada somente após 2010.