Ataque em Criciúma deixa região alerta

O que as forças da Segurança Pública temiam tornou a acontecer. Mais um ônibus voltou a ser incendiado no Sul do Estado na noite de quarta-feira, dia 22. O atentado, desta vez, aconteceu no bairro Progresso, um pouco antes das 23h. De acordo com a Polícia Militar, sete pessoas, todas mascaradas e duas armadas, teriam abordado o veículo no momento de parada para o embarque e desembarque de passageiros. Eles ordenaram a saída de todos e espalharam um produto inflamável, fazendo as chamas dominarem o coletivo.

Segundo o motorista do coletivo, os masculinos portavam quatro galões, aparentemente com gasolina. “Foi muito rápido. Eu estava parando o ônibus para que o pessoal descesse quando três surgiram na frente do ônibus, ordenando a parada. O restante não deixou subir os dois passageiros que aguardavam, e já pediram para que os demais saíssem do veículo. Eles já entraram jogando gasolina”, comenta. Cerca de 25 pessoas estavam sendo transportadas no momento da abordagem.

Rapidamente o meio de transporte foi tomado pelas chamas, que chegaram a atingir a rede elétrica. “Quando cheguei na esquina, o fogo já estava muito alto”, completa o trabalhador. O sinistro foi combatido pelo Corpo de Bombeiros. Assim que comunicados do fato, imediatamente a Polícia Militar já providenciou escolta aos outros ônibus das áreas de risco e também deu início às rondas na tentativa de localizar os responsáveis pelo atentado. Ninguém foi localizado. A Polícia Civil também esteve no local.

O delegado de plantão, Fernando Possamai, não descarta a possibilidade do fato ter relação com atentados ligados à facção criminosa. “Possivelmente tem ligação com facção criminosa, não está descartada essa possibilidade”, ressalta. “Já havia um alerta no Estado, algumas informações referentes a isso”, diz. O caso já está sendo investigado. Mais detalhes não foram repassados para não atrapalhar os trabalhos.

Devido ao ônibus incendiado na segunda-feira em São José, as forças da segurança já estavam em estado de alerta. “Uma viatura estava próxima ao local do incêndio. Pouco tempo antes havíamos realizado rondas por essa rua”, observa o aspirante a oficial, Jobson Machado. No ataque na região da Grande Florianópolis, os criminosos deixaram um CD com reclamações de detentos da Penitenciária São Pedro de Alcântara e fazendo ameaças ao Estado.

Esta é a terceira onda de atentados em Santa Catarina. O primeiro foi registrado em novembro de 2012 e o segundo, em fevereiro deste ano. Na segunda-feira, em visita a Içara, o secretário de Segurança Pública, César Grubba, frisou que “se entendermos necessário, faremos a transferência de novos líderes para penitenciárias federais”.