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Segurança | 08/08/2014 | 15:05

Construtora é investigada por estelionato

Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com

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O sonho da casa própria no Brasil virou um pesadelo. Somente o desenho da casa demorou cerca de quatro meses. O entrave para a entrega ocorreu no pagamento das arquitetas. Rompido o empecilho sobre o projeto, o problema foi então a entrega. Ana Regina Dias Vinntent aguardava que a casa de dois pavimentos no bairro Pinheirinho, em Criciúma, ficasse pronta nesta semana. Mas a construtora parou os trabalhos antes mesmo de chegar ao segundo piso. Ela é apenas um exemplo entre tantos outros que se acumulam após o fechamento da empresa no bairro Vila Nova, em Içara.

“Conhecemos a empresa através de outro cliente que foi também lesado. O nosso prejuízo foi de R$ 100 mil. Vim da Inglaterra com meu marido e atualmente estamos num quarto na casa de minha mãe. A obra parou por falta de pagamento dos fornecedores. Para continuar a construção, contratamos agora as empresas terceirizadas que prestavam serviço. Também entramos na Justiça”, coloca. A sala locada até então pela construtora foi desocupada na última semana com dois meses em débito.

“Tivemos três boletins de ocorrência contra a empresa. Dois de Içara e um de Criciúma. Também já instauramos um inquérito para apurar o possível golpe. Se for comprovado, os proprietários responderão por estelionato. Mas poderão ser enquadrados ainda em outros crimes. Vamos analisar com a coleta dos depoimentos”, aponta o delegado Rafael Marin Iasco. A orientação da autoridade policial é que todos os clientes lesados procurem a delegacia para o registro do dano.

No site da empresa consta que 70 obras foram concluídas em mais de sete anos. “Cada obra entregue faz a felicidade da pessoa que conseguiu realizar o sonho de ter a casa própria”, ainda enaltece o proprietário identificado como administrador formado pela Unesc. A graduação, contudo, não é confirmada pela universidade. A mesma descrição aponta o trabalho direto ou indireto de 90 profissionais. Há citação inclusive de nomes, contudo, que negam o vínculo ou não aparecem nem mesmo no cadastro do conselho nacional da categoria, neste caso, de arquitetura.

“Fui procurada no escritório, mas já estava na Procuradoria do Rincão. Então esclareci que eu não poderia advogar. Fizeram apenas uma consulta com a advogada do mesmo escritório. Disseram que voltariam e nunca voltaram. Fiz uma notificação por e-mail, pois sumiram. Não tenho qualquer relação profissional com a empresa e jamais concedi autorização para publicar tal informação”, contrapõe a advogada Angélica Zenatto Rocha. A correspondência foi encaminhada na terça-feira. Desde então nenhuma resposta foi dada. A reportagem também tentou contato por telefone, entretanto, sem sucesso.