Segurança | 24/07/2014 | 09:34
Envenenamento de animais assusta em Içara
Especial do Jornal Gazeta
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Em menos de um mês, Helena Rossi teve cinco cachorros mortos por envenenamento. Também por causa disso, a moradora do bairro Liri solicita medidas para que animais indefesos não sejam vítimas de pessoas com más intenções. O último caso aconteceu na segunda-feira pela manhã. Helena conta que saiu para ir ao supermercado fazer umas compras e, antes mesmo de chegar, a filha ligou dizendo que seus três cachorros estavam morrendo.
“Eu voltei correndo para casa. Foi questão de minutos. Eles deram uma volta na quadra e retornaram espumando pela boca. A vira-lata menorzinha, que muito provavelmente ingeriu uma dose de veneno muito grande, acabou morrendo. Os outros dois eu consegui salvar com vinagre. Fiz eles ingerirem, acabaram vomitando e colocaram o veneno para fora. Foi muito triste ter que enterrar um animalzinho que não possui meios de se proteger, apenas morre de uma maneira extremamente cruel”, relata.
Dessa vez, os cachorros foram envenenados fora de casa, mas em outras ocasiões Helena conta que o crime ocorreu dentro do próprio pátio. “Há pouco tempo, inclusive, quando eu saí de dentro de casa para o pátio, vi que a minha cachorra estava morrendo. Alguém jogou alguma comida envenenada no meu gramado que é cercado e ela acabou não resistindo. Ela tinha seis filhotes e eu tive que os alimentar com mamadeiras. Foi muito difícil porque são bichinhos que criamos muito apego”, comenta.
No bairro Jardim Elizabete a situação também se repete. A agente de saúde Lurdete de Oliveira Dimas conta que no último sábado quase perdeu mais um cãozinho por envenenamento. “Por sorte ainda consegui salvá-lo. Mas gastei mais de R$400 e ele teve que ficar internado algum tempo porque teve o fígado lesionado. É um caso revoltante, porque quem faz, faz por maldade”, afirma. “Imagina se uma criança está brincando no pátio de casa, chega na beira do muro que é onde ele colocam o veneno e depois leva a mão na boca?”, acrescenta.
De acordo com o delegado da Polícia Civil de Içara, Rafael Marin Iasco, a legislação é branda para esses tipos de crimes. “Se pega em flagrante, a pessoa pode ser presa. Ela vai responder um Termo Circunstanciado que é tratado como menor potencial ofensivo. Ou seja, poderá ser julgada a prestar algum serviço comunitário. Infelizmente esse é um crime muito difícil de ser solucionado, porque para que se comprove que o cão foi de fato envenenado, é preciso fazer a necropsia do mesmo e poucos veterinários fazem”, relata.
Como proceder com animais envenenados? Os animais podem apresentar apatia. Outros sangram pela urina. Alguns não conseguem ficar em pé e também não conseguem beber água. E, o mais comum dos sintomas, é a salivação excessiva. “Muitas pessoas dão vinagre, água oxigenada, água com sal, porque isso faz com que o animal vomite. Mas o que é preciso entender é que toda a pessoa que possui animal de estimação em casa, precisa ter também o carvão ativado. Pode ser adquirido em farmácia ou até em pet shops que não deixa o organismo absolver o veneno”, relata a veterinária Mariah Freitas. “E logo depois procurar um médico veterinário o mais breve possível”, acrescenta.