Segurança | 20/11/2013 | 11:28
Estado soma 900 certificados irregulares
Especial de Daniela Soares, do Jornal da Manhã
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Para ingressar no ensino estadual em caráter temporário, pelo menos 900 professores apresentaram certificados irregulares. É o que revela levantamento da Secretaria de Educação de Santa Catarina, em cumprimento a ofício da Operação Magister. Conduzida pela 13ª Promotoria de Justiça, a ação tem como alvo o esquema de comercialização de certificados na região Sul, denunciado em reportagem do Jornal da Manhã no mês de julho.
A informação soma-se ao saldo de 400 documentos apresentados ao município de Criciúma, sendo 360 no processo de ACTs e 40 para a progressão de carreira. O período constatado compreende de 2012 a 2013. Os dados foram anexados ao processo criminal, que foi encaminhado integralmente à 11ª Promotoria de Justiça, com atuação na Defesa da Moralidade Administrativa. “A cópia foi repassada para que a promotoria dê continuidade ao caso, referente ao Município e ao Estado”, justifica o promotor da Vara Criminal, Pedro Lucas de Vargas.
A investigação apontou que a organização, enraizada em Criciúma, estava disseminada também em Forquilhinha, Cocal do Sul, Içara e Balneário Rincão. Diante do constatado, oito pessoas, a maioria professores, foram enquadradas nos crimes de formação de quadrilha e falsidade ideológica.
Ao diretor administrativo da escola que supostamente promovia os cursos, B.C.P., e à pedagoga que também respondia pelo empreendimento, S.T., foi requerida a prisão. Ao ter a solicitação indeferida pelo Tribunal de Justiça, o Ministério Público apresentou recurso, sob o risco de persuasão de testemunhas e obstrução de provas.
A promotoria reivindicou ainda prioridade no transcorrer do processo. “Em razão da repercussão social e da grandiosidade do esquema, pedimos prioridade na delegação do processo, para conseguirmos dar uma resposta para a população em breve”, defende Vargas.