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Segurança | 27/01/2010 | 15:13

Família conta drama vivido no Rincão

Kelley Alves (Jornal A Cidade) - contatos@clicrincao.com.br

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A Rua 47, próxima ao Verdão, estava tranquila, o tempo nublado e as ruas sem muito movimento. Há 45 anos, M. veraneia na mesma casa, no Balneário Rincão. A família não quis se identificar e, no momento em que a equipe do jornal A Cidade chegou na residência, todos ainda estavam amortecidos e sem acreditar no episódio do último sábado. M., com os olhos cheios de lágrimas, ainda estava abatida e também sem entender direito o que tinha acontecido.

Ela conta que esperava os filhos e os netos acordarem para participar do café da manhã com a família, quando olhou para o lado e viu uma pistola apontada em sua cabeça acompanhada da frase: “Não se mexa, nós não faremos nada de mau com a senhora, só queremos dinheiro!”.

O momento foi de desespero e ao mesmo tempo a sensação de que tudo não passava de uma brincadeira. Levou alguns minutos para M. cair na real. “Eles acordaram os meus netos, filhos e genros e trancaram todos em um quarto”. Os bandidos apontaram a pistola para a aposentada, que subiu as escadas com dificuldade.

No segundo andar, trancaram toda a família em um só quarto e iniciaram a busca por objetos de valor. “Eles iam pedindo as coisas e agente ia dizendo onde estava. Nenhum de nós reagiu em momento algum”, lembra a neta de M. Avó, Avô, netos, genros e filhos... Todos foram vítimas de mais uma cena violenta no balneário Rincão.

As famílias levaram as economias que ajudariam nas despesas até a data do Carnaval, que é quando retornariam às suas casas. Todo esse dinheiro foi levado pelos ladrões. Além disso, três notebooks, cinco celulares, óculos de Sol, jóias e um Honda Accord, que, por possuir sistema rastreador, foi encontrado abandonado logo em seguida.

A família ficou trancada no quarto até não ouvir mais o barulho dos assaltantes. Eles abriram a janela, pedindo socorro aos vizinhos. Nesta hora, não havia mais nada de valor na casa... O sonho de um verão inesquecível com toda a família foi dissolvido naquele sábado. A família antecipou a volta para casa e não sabe se retornarão tão cedo.

“A gente passa tanto trabalho para construir uma casa e reunir toda a família e, quando consegue, nos acontece essa tragédia”, lamenta M.M.S. As características de ambos os assaltantes foram definidas e a Polícia Civil já iniciou as buscas. Um deles tinha aproximadamente 23 anos, 1,80m, era magro e tinha os cabelos encaracolados. O outro aparentou ter 28 anos, 1,75m, encorpado e mulato.


ASSALTO VOLTA A ASSUSTAR A COMUNIDADE RINCONENSE

Com relação à segurança no Balneário Rincão, o delegado da Polícia Civil, Ivaldo Gregório Inácio, que esteve de plantão na delegacia local entre os dias 17 e 25 de janeiro, comentou: “o crime não foi estancado, mas houve uma diminuição em relação ao início da Operação Veraneio 2009/2010”.

Questionado sobre a causa de tantos roubos no Balneário e da consequente sensação de insegurança, ele relatou que “isso se deve à falta de efetivo, o que prejudica os trabalhos, visto que não dá para fazer patrulhamento efetivo em toda a extensão do Rincão. As equipes que vem para cá têm se esforçado de forma fora do comum. Ficamos 24 horas nos oito dias em que estivemos aqui trabalhando direto, nem vi o mar”.

Segundo ele, ainda reclamam com as chefas, que por sua vez o fazem com os seus superiores. Por esta ser uma questão de hierarquia, a abordagem do assunto sobre o aumento do efetivo policial no balneário está seguindo um processo, que
espera-se não demorar para ser concluído.


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