Segurança | 03/09/2013 | 22:42
Família é rendida e torturada em Vila Nova
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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A família Cachoeira Alberton vivenciou momentos de terror nesta terça-feira, dia 3. Ao todo cinco pessoas foram amarradas e torturadas por uma dupla de criminosos. Eles ficaram quase duas horas na propriedade em Vila Nova. Neste período, efetivaram socos, pontapés, coronhadas e também investiram na pressão psicológica contra as vítimas. A saída do apartamento aconteceu somente após recolherem dinheiro, joias e um Iphone por volta das 19h45.
O patriarca Arduino ainda tem as marcas das amarras nas mãos e do golpe atrás da orelha. Aos 69 anos, ele foi o primeiro a ser abordado. “Eu ia fechar a loja. Achei que era um cliente. Ele disse que precisava de ração. Quando vi, já tinha entrado no balcão e mandou eu subir”, lembra. Acima da loja, foi levado para junto da mulher. Cada morador que chegou foi igualmente imobilizado na cozinha e, posteriormente, na sala.
O último a chegar foi Márcio, de 45 anos. Foi o principal alvo. O mais velho dos filhos teve inclusive situações pessoais de 20 anos atrás mencionadas. Recebeu soco na face e foi chutado no chão enquanto os familiares observaram toda a violência sem poder defendê-lo. “Eles estavam com um revólver e mostraram que havia munições”, explica a mãe, Edna, de 64 anos. Além da pistola, a dupla utilizou uma faca para aterrorizar as vítimas.
Um deles ficou todo o momento com a face coberta enquanto que o segundo integrante tomou o cuidado apenas nos instantes finais. Durante o período no prédio na Rodovia Deputado Paulino Búrigo (SC-445), ainda consumiram produtos. A cerveja não agradou e foi jogada fora. Já a xepa do cigarro foi deixada no chão, entre a cozinha e sala, os principais ambientes para a cena que parecia ser ficção, mas não era. Ao vasculharem a propriedade, encontraram também cheques. Entretanto, recusaram.
Depois de idas e vindas nos lances de degraus, além de conversas com um suposto terceiro interlocutor, Gláucio, de 42 anos, foi removido para o banheiro. O deslocamento ocorreu sem que parte da família percebesse que ainda estava na propriedade. A simulação parecia ser a de um sequestro. Em seguida ocorreu a batida da porta no térreo. Gláucio correu para os fundos na tentativa de pedir socorro. O som de um carro em arrancada foi o sinal que as vítimas interpretaram como ideal para também tentarem retirar as amarras. Márcio conseguiu arrancar a fita plástica no entorno das mãos. Ainda receoso, libertou então os pais e a cunhada de 39 anos.