Segurança | 27/07/2012 | 08:58
Gansos são os novos aliados em presídio
Especial de Amanda Tesman, do Jornal da Manhã
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O presídio Santa Augusta, de Criciúma, conta com quatro novos elementos para conter as fugas e arremesso de objetos ilícitos ao pátio da unidade. Esta semana, a instituição prisional recebeu dois casais de gansos. Os animais foram colocados em um pequeno lago, localizado no pátio das fábricas de lajotas. A agente prisional Maira Montegutti conta que o local foi escolhido estrategicamente, já que todas as evasões registradas este ano ocorreram por ali.
“A medida é para conter as evasões no regime semi-aberto. Como enquanto estão trabalhando na fábrica de lajotas eles ficam mais livres, acabam dando um jeito para sair. Nos outros regimes, como os reclusos ficam trancados, não acontece fugas”, comenta. Este ano, de acordo com ela, pelo menos três detentos fugiram enquanto trabalhavam na oficina. Para deixar a entidade, eles pulam o muro.
O ganso foi escolhido por ser um bom defensor de propriedade. Diante de qualquer intruso, os animais grasnam furiosamente até o repelirem. Diferente dos cachorros, a ave não é influenciável. O cão, por exemplo, acaba se apegando à pessoa que cuida e alimenta, o que não acontece com os gansos. “Eles são chamados de gansos sinaleira. Independente de quem se aproximar, eles vão gritar do mesmo jeito. O cachorro pode ficar amigo do preso”, sublinha Maira.
Antes de adquirir os animais, foi realizado um estudo prévio. “Procuramos saber tudo sobre os gansos, principalmente na questão se era possível eles se acostumarem com as pessoas. Realmente ele é o único que logra êxito na segurança”, observa Maira. A agente prisional destaca que a intenção é conquistar mais um casal da ave. “Os gansos já são usados em presídios e penitenciárias. Na penitenciária de São Pedro Alcântara, em Florianópolis, eles se fazem presentes”, informa.
A presença dos bichos também tende a impedir o arremesso de materiais ilícitos para dentro do presídio. Além disso, o número de agentes prisionais e guardas aumentaram. “No início do ano tivemos vários registros de arremesso de objetos ilícitos. Aumentamos o número de funcionários em baixo e em cima da guarita, quando os reclusos do regime semi-aberto estão trabalhando na fábrica de lajota, eles ficam andando por aqui. Eles andaram perdendo bastante coisa, pois sempre eram encontrados”, enfatiza a agente prisional.
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