Segurança | 28/01/2013 | 16:00
Impacto de tragédia se alastra pelo país
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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Milton Ricardo Medeiros acordou por volta das 8h de domingo com a ligação do irmão. Por telefone obteve então as primeiras informações sobre o incêndio em uma boate em Santa Maria (RS). E daquele ponto em diante passou o dia entre sites, rádio e a televisão. Esta atenção foi motivada principalmente por causa da prima Kellen Ferreira, de 19 anos. Ela ainda segue internada em estado grave.
Morador do município gaúcho até 11 anos atrás, Milton faz parte atualmente do Núcleo de Atenção à Saúde da Família em Içara. E na função de fisioterapeuta, se colocou rapidamente à disposição do Hospital Universitário. “Fui informado que bastantes voluntários se apresentaram e que a escala estava completa. Também liguei para a Defesa Civil de Santa Maria. Porém, não consegui completar o contato”, coloca.
O fato mobilizou pessoas como a professora da Unesc e enfermeira Luciane Bisognin Ceretta. As férias na cidade gaúcha foram substituídas pela prestação de serviço voluntário para amenizar tanto sofrimento. Quem estava na boate sentiu a respiração dificultada. Os olhos começaram a arder. E no lugar da música, apenas gritos de pavor passaram a ser escutados. Assim lembra o criciumense Moisés Tancredo, de 23 anos. O acadêmico de Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Maria estava na danceteria e conseguiu sair a tempo.
Os impactos da tragédia na boate Kiss, no Rio Grande do Sul, não se resumem a uma cidade ou o próprio estado. Pelo menos 231 nomes já foram divulgados. Todos com a vida ceifada enquanto buscavam diversão. Com tantas pessoas, parece ainda difícil mensurar o impacto. Por hora, fica o alívio daqueles que sobreviveram. Também preocupação por haverem pessoas em estado grave. E luto por causa daqueles que partiram.