Segurança | 02/12/2010 | 17:53
Legislativo quer câmeras e ação contra crimes
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
Compartilhar:
Promessa da instalação de câmeras realizada para a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) há mais de quatro anos foi colocada em pauta novamente nesta quinta-feira, dia 2. Agora, também pela Câmara Municipal e a sociedade organizada. A dúvida é se a mobilização acabará do mesmo jeito. E, se haverá necessidade da criminalidade aumentar ainda mais para que o projeto vire realidade. Quase duas horas antes da segurança pública ser debatida no Legislativo, por exemplo, uma fuga ocorreu na mesma rua após assalto numa relojoaria.
Conteúdo relacionado:
20/11/2010 » Precisa-se de policiais e estrutura para Içara
22/11/2010 » Câmara discutirá segurança pública
18/11/2010 » Vereador tem Fiat Uno arrombado no Centro
“Içara tinha seis câmeras em licitação. Porém, precisava de uma linha de transmissão até a central de monitoramento. A Prefeitura não deu suporte. Então, coloquei os equipamentos onde já havia estrutura”, explica-se o ex-secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, Ronaldo Benedet. “Uma estrutura de central já está pronta em Criciúma. Com isso, não seria preciso ocupar policiais em Içara”, ainda destaca ele com relação a possibilidade da extensão do sistema que estatisticamente reduz a criminalidade nos locais observados em 55%. "Seria importante termos umas 12 câmeras em pontos estratégicos no centro da cidade para inibir essa onda de crimes", avalia o presidente da Câmara, Acirton Costa (PMDB).
“Municípios como Braço do Norte já estão com o projeto em andamento. Nada contra eles, que são cerca de 28 mil habitantes. Mas, Içara, com quase 60 mil pessoas, não foi implantado nada”, critica o presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), Maurino Perez Barbosa. “Queremos que os nossos governantes unam-se nesta caminhada”, chama ele. “A câmera de vídeo equivale a 10 policiais militares, não fica doente, não pega férias...”, enumera os benefícios o comandante da Guarnição Especial de Içara, tenente-coronel Maciel.
"A policia tenta fazer o trabalho dela de forma responsável, de forma rígida, mas, o problema é que falta efetivo", exclama o vereador propositor da reunião, André Jucoski (PSDB). O quadro observado por ele reflete em diferentes departamentos. No Balneário Rincão, local considerado crítico pela criminalidade, a Delegacia tem somente dois servidores. "Apesar do pouco efetivo, estamos tentando fazer de tudo para melhorar a região", declara o delegado Rafael Marin Iasco.
"A ação dos Consegs é essencial para identificar os usuários de drogas e aplicar medidas não penais. Cadeia não adianta", acredita o comandante regional da Polícia Militar, coronel Cimolim, explanando diretamente a ligação do tráfico com a criminalidade. "Içara tem que buscar também escolas de tempo integral. As crianças precisam de atividade recreativa e esportiva para não ficarem na rua expostas às drogas", idealiza ele.
REGIÃO: O monitoramento não é uma meta somente de Içara. Existente já em Criciúma, buscam uma solução eletrônica Forquilhinha e Nova Veneza. Como primeiro passo, major Fraga, da Central de Emergências da Polícia Militar, acredita que é preciso realizar uma análise criminal da área a ser fiscalizada. O segundo passo seria o contato com a comunidade. E, ainda se faz necessário buscar um modelo para a gestão. “A câmera serve para prevenção e também para a repressão. Quando acontece algo, buscamos as imagens e identificamos os autores”, pontua.