Mirassol reclama da polícia militar

Conscientizar a população a respeito dos direitos e deveres, prestar esclarecimentos sobre o Ministério Público e prevenir a criminalidade. Estes são os objetivos que o promotor Henrique da Rosa Ziesemer pretende atingir com o Programa de visitas a escolas e associações do município de Içara. O projeto está sendo realizado desde o início do ano. E, até o momento três instituições já receberam a visita dos titulares do Ministério Público de Içara. A última palestra foi na segunda-feira, dia 3, na Associação das Mulheres Voluntárias do Mirassol, no Balneário Rincão.

“Foi muito esclarecedor, aprendemos muito”, revelou a presidente da associação, Maria Albertina Silvino da Silva, mais conhecida como Tina. Junta com a comunidade, ela recebeu orientações sobre direitos humanos, da criança e adolescente, consumidor, idoso e importância do voto. Por vez, os moradores então aproveitaram a presença do promotor para fazer alguns questionamentos. Muitos deles a respeito da atuação da Polícia no bairro.

“A Polícia pode invadir a minha casa?”, indagou uma moradora. Pacientemente Henrique respondeu cada pergunta, neste caso, explicando que os policias somente tem autoridade para invadir a residência de uma pessoa com um mandado judicial. “Mas na semana passada acabaram invadindo a minha casa sem o mandado”, completou a mulher. “A pessoa deve reunir o maior número de provas possíveis e fazer a denúncia no Ministério Público”, aconselhou ele. Serve como registro fotos, vídeos e testemunhas, que acompanharam o que estava acontecendo. “Só podemos investigar o abuso de poder com o registro e provas. Não basta falar comigo, tem que registrar”, afirmou.

“As reclamações são infundadas”, falou o tenente-coronel, Adilton Maciel, ao ser questionado sobre as acusações. Ainda segundo ele, a Polícia Militar tem dificuldades em conseguir a autorização judicial para realizar as operações em residências dos bairros do município de Içara. “Ás vezes temos que esperar um mês até sair o mandado. Quando acontece um furto, por exemplo, o correto seria realizar a busca na casa do suspeito no dia seguinte, porém, com a demora da liberação do mandado o trabalho da PM acaba sendo dificultado”, comentou o tenente-coronel.

Tanto o promotor quanto o tenente-coronel ressaltaram o valor da colaboração da sociedade com a polícia. “O trabalho integrado entre comunidade e Promotoria é importante para podermos ajudar”, falou Henrique. “A população não deve ter receio em denunciar”, emendou Adilton Maciel. Para fazer a denúncia, mesmo que anônima, basta ligar para o 190.


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