Moradores protestam contra ônibus no Rincão

Ruas esburacadas, lajotas atravessadas e poças d’água. Assim é a rotina de moradores de algumas ruas do Rincão por onde passam ônibus da empresa responsável pelo transporte coletivo na cidade. No último final de semana, na Rua Antonio Manoel Machado, alguns moradores cansaram de esperar por uma intervenção pública e resolveram fechar a rua para impedir o tráfego de ônibus pesados.

Segundo o morador Antônio João Vitório, que já trabalhou como motorista durante 32 anos, a reivindicação é que os ônibus sejam substituídos por micro-ônibus, que causam menos danos a rua. “Queremos esclarecer à população que estamos lutando por qualidade de vida e que não somos contra ninguém”, enfatiza. Ele garante que a rua só será desobstruída mediante um termo de compromisso, com firma registrada, onde a empresa responsável pelo transporte coletivo se comprometa à substituição.

O impasse que envolve a rua em questão começou após a revitalização da Rua Lauro Muller. Depois de concluída a obra, os moradores fecharam a rua para que os ônibus não a danificassem. Uma rota alternativa então foi feita passando pela Rua Antônio Manoel Machado. De acordo com Claudete Guimarães Salvador, os moradores, por um lado, foram beneficiados pela nova rota do ônibus, já que naquela região tem mais moradores fixos. “Porém um acordo com a Prefeitura nos garantiu que assim que a temporada de verão terminasse apenas microônibus iriam transitar pelo balneário”, cobra a moradora.

Além de danificar as ruas, a passagem dos ônibus tem trazido outro prejuízo aos moradores. Segundo o funcionário público e morador há 13 anos do balneário, Giovane Espíndola Rodrigues, graças aos ônibus a casa está cheia de rachaduras. “Pagamos essa pavimentação do nosso bolso. E agora os ônibus estão passando e destruindo a rua e ainda danificando nossas casas”, reclama o morador.

De acordo com o subprefeito Jairo Custódio, em novembro, foi acordado após uma reunião com moradores e a empresa responsável pelo transporte coletivo que, a partir de 1º de março, o transporte coletivo dentro do balneário seria feito apenas por microônibus. “A empresa teve tempo para se adequar, mas não cumpriu com o acordo”, pontua.

Na quinta-feira uma nova reunião entre moradores, subprefeitura e a empresa de transporte coletivo buscou a solução do impasse. Assim como na primeira, realizada em novembro, a empresa se comprometeu a disponibilizar mais um microônibus para o balneário. Segundo o gerente de transporte, Hélvio Peruchi, a partir de segunda-feira apenas microônibus transportarão passageiros no Rincão.

“Já tinha um microônibus fazendo rodízio, mas não era o suficiente, e alguns horários ainda eram feitos pelos ônibus normais. Mas a partir de segunda-feira outro micro será trazido para suprir a necessidade”, esclarece. De acordo com Hélvio, o ônibus vira até o terminal próximo ao supermercado Cabinho, onde será feita a substituição pelo microônibus. “Mas a rota atual será mantida, passando pela Rua Antonio Manoel Machado”, garante.

O subprefeito adianta que um terminal para embarque e desembarque de passageiros já esta sendo articulado e nos próximos meses será construído no mesmo terreno onde fica o Estádio do Praia, na entrada do balneário. “Vamos fazer um estudo para viabilizar isso o mais rápido possível. Quando o terminal ficar pronto servirá também para realizar a troca dos ônibus pelos microônibus”, garante. Ainda segundo Jairo, a prefeitura já cedeu um terreno no Distrito Industrial de Pedreiras para a empresa usar como garagem para os ônibus.

“O terreno fica próximo ao local onde pretendemos construir a rodoviária do futuro município de Balneário Rincão”, sublinha o subprefeito. O motivo da empresa não usar o terreno, segundo Hélvio Peruchi, é que na Zona Sul, onde fica atualmente a garagem da empresa, facilita o atendimento à Barra Velha. Já em relação à manutenção das ruas por onde os ônibus passam, Jairo Custódio explica que a subprefeitura fará um cronograma para recuperar as estradas que foram danificadas pelos ônibus.

De acordo com o presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), João Picollo, na segunda-feira será encaminhado um documento ao Ministério Público solicitando que interceda pelos moradores. “Durante a reunião nada ficou combinado. Na ata é isto que está registrado. Agora se estão falando que vão colocar mais microônibus é mais uma promessa”, alfineta. Segundo ele, se a empresa não tem condições de colocar mais microônibus precisa então ceder a concessão para outra empresa.