Lucas Sabino [Jornal da Manhã]
Segurança | 10/03/2015 | 00:39
“Não queremos vingança. Pedimos justiça”
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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Muitas lágrimas já foram derramadas. Mas o choro continua engasgado com a perda da caçula, chamada até então, por um dos quatro irmãos, de bebê. O depósito de materiais de construção já não existe mais. O terreno passou por uma limpeza e a estrutura de madeira foi destruída até virar lenha a uma quadra da casa de Vivian Lais Philippi. Desde o assassinato da jovem de 17 anos no último dia 4, o local em que ela foi encontrada passou a ser visitado diariamente. Até o imóvel em que residia entrou no roteiro dos curiosos.
“Moramos no mesmo lugar há mais de 10 anos. Não dá mais para continuar aqui. Tudo lembra ela", desabafa o pai João Plínio Philippi. “Minha filha estava muito feliz na faculdade de Farmácia. Tinha acabado de fazer um curso nessa área e realmente estava com currículos para entregar. Queria ajudar nas despesas. Mal havia começado e já estava falando em pós-graduação e mestrado. Queríamos o melhor. E acreditávamos que nossa casa ficava numa cidade tranquila”, lamenta o morador do bairro Jardim Silvana.
A campanha da família e o trabalho das forças de segurança agora é para a identificação e punição do autor. “E que sirva para que tal barbárie não aconteça mais em nossa região. Não queremos vingança. Pedimos justiça. Já estivemos na delegacia. Sabemos que o delegado e os investigadores estão empenhados ao máximo para isso”, aponta o pai. “O pedido às autoridades é que deem melhores condições para que a polícia possa trabalhar para a segurança dos moradores”, completa.
“Foi e está sendo muito emocionante essa mobilização do povo de Içara e redondeza. De alguma maneira essas energias positivas ajudam a confortar um pouco nossas dores. No sábado eu não tinha noção de quantas pessoas haviam comparecido na passeata. Foi fantástico”, enaltece. O pedido é que toda essa indignação chegue também aos deputados, senadores e ao governador para que ocorram ações concretas. “Nossas crianças, jovens e mulheres estão com medo de saírem às ruas”, pontua.