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Segurança | 02/02/2013 | 19:39

Ônibus é incendiado em Criciúma

Especial de João Zanini, do Jornal da Manhã

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"É um assalto! É um assalto!”, era este o grito que ecoava, na noite de sexta-feira, entre passageiros do ônibus que conduzia funcionários da empresa Seara para casa, placas MBP 6523, que transitava na rua Ângela Mello, próximo ao Clube União, no bairro Jardim União, em Criciúma. Tudo isto ocorreu por conta de dois homens de aparência jovem, que entraram armados com armas longas, segundo testemunhas, e deram ordens para que todos descessem do veículo.

Obedecendo aos possíveis assaltantes – pois foi isto que imaginaram os passageiros, como explicam os gritos ouvidos pela vizinhança –, todos desceram e, em poucos segundos, de uma certa distância, pois correram para longe, em direção à avenida Progresso, avistaram a dupla, que estava com uma motocicleta Honda CG, atirar um coquetel “Molotov”, artefato explosivo, no vidro de trás do ônibus. “Eles fugiram em direção ao Clube União, enquanto o ônibus ainda não estava incendiado. Cheguei a entrar no ônibus para verificar se havia alguém, mas não tinha ninguém. Vi só a bolsa de alguém, que foi consumida pelas chamas”, conta um morador, que preferiu não se identificar, por medo.

Em poucos segundos, o fogo se alastrou e incendiou completamente o ônibus. Populares se aglomeravam nos arredores, tentando registrar o que acontecia, já que estava premeditado um possível ataque na região. “Todo mundo correu para casa, nenhuma vítima ficou por aqui”, garantiu o morador que entrou no ônibus, em um ato de heroísmo.

As polícias Civil e Militar se deslocaram rapidamente ao local e isolaram a área. Segundo o major comandante de área de sexta-feira, Evandro Fraga, várias pessoas foram abordadas por toda a cidade, mas não foi comprovada a participação delas no ato.

Este é o terceiro ônibus incendiado pela facção criminosa que se diz responsável pelos atentados no Estado, enraizada dentro dos presídios e penitenciárias catarinenses e que, de lá, comanda os ataques. “Já sabíamos que eles tinham mandado um ‘salve’, que na linguagem da facção significa determinar uma ‘missão’ a ser cumprida na região Sul. Como eles vêm fazendo, colocaram fogo em ônibus”, relata um policial civil.

O Corpo de Bombeiros Militar de Criciúma levou cerca de 30 minutos para conter as chamas. Em outra ocasião, chegou a ser identificado o autor do ataque, G.T.S., no mês de novembro, porém, até hoje, ele segue foragido.


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