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Segurança | 02/06/2010 | 21:24

O caminho por onde andamos

Larissa Matiola (Jornal Gazeta) - jornalismo@gazetasul.com

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Andar pelas calçadas do Centro de Içara é um desafio. Muitas delas não existem ou estão mal conservadas, outras estreitas e algumas ainda com superfícies irregulares. Com as chuvas, as que já eram intransitáveis estão ainda pior. A água que corre forma limo que as tornam escorregadias. Um perigo aos pedestres. A situação é tão preocupante que em alguns locais é preciso se arriscar em meio aos carros para se locomover.

A estudante de enfermagem, Aline Dias, passa todos os dias pela Rua Marcos Rovaris e conta que devido a dificuldade de andar pela calçada, com diversos buracos, elevações, e partes rachadas, já perdeu as contas de quantas vezes teve que andar pelo meio na rua. “Os carros passam buzinam, alguns até ficam reclamando, mas não posso fazer nada”, lamenta. O comerciante João Manoel Silva é outro que também passa diariamente pelo local, e revela que sua maior preocupação é com relação aos deficientes físicos. “Um cadeirante não consegue passar por aqui, para um deficiente visual essa calçada é uma verdadeira armadilha”, fala preocupado.

Outro exemplo está na Avenida Procópio Lima. No trecho próximo a esquina com a Rua São Donato, as calçadas possuem diversos buracos, sem condições de trafegabilidade. Na Rua Ipiranga, o problema não é a má conservação, mas sim a falta de um espaço para os pedestres. A vendedora, Ana Maria Gonçalves afirma que este problema existe há anos. “Acho essa situação vergonhosa, não temos nem por onde passar, ai somos obrigados a andar no meio da rua”, fala em tom de revolta o aposentado Edson Nascimento.

Conforme o arquiteto da prefeitura de Içara, Ricardo Lino, um projeto que visa padronizar as calçadas do município está sendo elaborado. A expectativa é que a proposta de lei seja finalizada dentro de um mês para a aprovação da Câmara de Vereadores. A ideia é orientar a população sobre a não construção de degraus ou rampas nos acessos aos pedestres.

Sobre as regras atuais, Ricardo destaca que é permitido deixar um espaço sem pavimentação. A área seria destinada então ao plantio de grama, árvores e plantas em geral. “Além de economizar no material, esse espaço sem cimento ajuda na permeabilidade da água em dias de chuva, ajudando a evitar enchentes”, explica.

PENALIDADE: Em Içara as leis 831/ 91 e 841/91 que obrigam a construção de calçadas em frente às residências existe há 19 anos. O não cumprimento pode gerar uma notificação ao proprietário do imóvel, que poderá chegar a mais de R$ 100. Segundo o fiscal de Obras e Postura da Prefeitura, Alexandro Réus, após aplicação da multa é dado um prazo de 30 dias para a construção da calçada.