Segurança | 25/08/2012 | 10:51
Perfis contribuíram para ataques
Especial de Amanda Tesman, do Jornal da Manhã
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Em oito meses, três ataques cinematográficos a bancos movimentaram a Polícia Militar e Polícia Civil da região Sul. Sombrio, Forquilhinha e Içara foram os municípios escolhidos pelos bandidos para executar as ações criminosas, causando sensação de insegurança aos moradores. Representantes dos órgãos de segurança acreditam que os bandidos não selecionaram as vítimas e locais ao acaso. O fato das cidades ficarem localizadas no interior, ter fácil acesso a BR-101 e pouco efetivo policial são itens que podem ter sido levados em consideração na hora de cometer o crime.
O comandante do 9° Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Márcio José Cabral, sustenta os três elementos. Ele avalia que o criminoso também observa o valor da recompensa e risco da ação. “Se o risco for alto e a recompensa pequena, provavelmente ele não vai cometer a ação”, sublinha. Cabral argumenta que para o crime acontecer são levados em consideração quatro pontos, no chamado Triangulo do Crime: agente capaz, alvo ou vítima adequada, ambiente propício e ausência de guarnição.
“O agente que vai cometer o crime tem que ser capaz, ele não pode ter uma perna, o que dificultaria em uma fuga, por exemplo. Tem que haver alvo e vítimas adequadas, que são geralmente pessoas desprevenidas. O ambiente também tem que ser propício, como cidades do interior e com fácil rota de fuga. Ele também olha se o local é vigiado por câmeras de segurança ou vigias e se possui policiais”, explica o comandante.
O delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Criciúma, Vitor Bianco Júnior, comenta que antes de agir os bandidos fazem um levantamento prévio das possíveis vítimas e cidade alvo. “Eles devem fazer um levantamento por alguns dias da cidade, eles analisam as circunstâncias, a rotina da família que será alvo, a rota de fuga e o policiamento existente na região”, ressalta.
Nos três casos registrados na região ficou evidente e, no último deles comprovado através de escutas telefônicas, que os assaltantes pegavam informações das vítimas antes de cometer a ação criminosa. “Ele foi para Santa Catarina, apanhou as informações da vítima e depois voltou para o Rio Grande do Sul”, relata o delegado do Departamento Estadual de Investigações Criminais do Rio Grande do Sul, Juliano Ferreira, que comandou a ação que resultou com a prisão de E.F., de 42 anos, vulgo Cafuringa, acusado de ter participado da ação da última quarta-feira em Içara. O criminoso foi recapturado na manhã de quinta-feira, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Ele também teve envolvimento no assalto ao Banco do Brasil em Sombrio, em Fevereiro. O delegado da comarca, Luis Otávio Pohlmann, relata que as vítimas afirmaram que foram vigiados por 30 a 40 dias. Para intimidar os funcionários da agência, os bandidos mostraram fotos de familiares das vítimas. “Acredito que tenham escolhido Sombrio pela facilidade de fuga para o Rio Grande do Sul”, enfatiza. O assalto no município foi cometido por três pessoas, duas se encontram presas e uma ainda está foragida.
CUIDADO - Aqueles que trabalham em locais que tem grande circulação de dinheiro têm que tomar certos cuidados para evitar se tornar alvo de bandidos. Maior contato com a polícia, alterar a rotina, aumentar a proteção residencial e pessoal e ficar atento a qualquer movimentação suspeitas. Essas são as orientações do comandante da Polícia Militar. “Essas pessoas são vítimas adequadas, como sabem disso elas tem que tomar cuidados para se tornarem vítimas inadequadas”, ressalta Cabral. “São vários pequenos cuidados que devem ser tomados, essas pessoas têm que fazer isso virar rotina para se tornar vítima inadequada”, comenta.
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